Autor:
Lucas Santos Zambon
Doutorado pela Disciplina de Emergências Clínicas Faculdade de Medicina da USP; Médico e Especialista em Clínica Médica pelo HC-FMUSP; Diretor Científico do Instituto Brasileiro para Segurança do Paciente (IBSP); Membro da Academia Brasileira de Medicina Hospitalar (ABMH); Assessor da Diretoria Médica do Hospital Samaritano de São Paulo.
Última revisão: 03/04/2017
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Contexto Clínico
A ultrassonografia (USG) pulmonar e venosa é uma ferramenta de diagnóstico à beira do leito cada vez mais utilizada na abordagem de diagnóstico precoce de suspeita de embolia pulmonar (EP). No entanto, a possibilidade de melhorar a regra de predição para EP convencional através da integração da USG nunca foi investigada.
O Estudo
Foi realizada USG pulmonar e venosa em pacientes consecutivos com suspeita de EP em quatro departamentos de emergência. Foi aplicado o escore de Wells convencional (Ws) pelo médico assistente, e a USG foi realizada por um dos 20 investigadores do estudo. Sinais de trombose venosa profunda (TVP) à USG venosa e sinais de infartos pulmonares ou diagnósticos alternativos à USG de pulmão foram considerados para recalcular dois itens da pontuação Wells: sinais e sintomas de TVP; diagnóstico alternativo menos provável que EP. Os desempenhos de diagnóstico da combinação Ws-USG (USWs) e Ws foram, então, comparados após a confirmação do diagnóstico final.
No total, 446 indivíduos foram estudados. A EP foi confirmada em 125 deles (28%). O uso de USWs teve um desempenho significativamente melhor do que o de Ws, com uma sensibilidade de 69,6 versus 57,6% e uma especificidade de 88,2 versus 68,2%. Em combinação com D-dímero, a combinação USWs mostrou uma taxa ótima de falha (apenas 0,8%) e uma eficiência significativamente superior do que o Ws (32,3 versus 27,2%). Uma estratégia baseada em USG pulmonar e venosa combinada com D-dímero permitiria evitar a angiografia pulmonar em 50,5% dos pacientes com suspeita de EP, em comparação com 27,2% em caso de a regra ser aplicada sem USG.
Aplicação Prática
Este estudo é excelente para demonstrar o papel da USG à beira do leito na abordagem do emergencista em caso de suspeita de EP. A estratificação de risco pré-teste reforçada por USG do pulmão e venosa apresentou melhor desempenho que o Ws de forma isolada no processo de diagnóstico precoce de EP. É cada vez mais urgente a necessidade de emergencistas treinados em nosso País para se ter eficácia e efetividade de ações no pronto-socorro.
Bibliografia
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