Autor:
Lucas Santos Zambon
Doutorado pela Disciplina de Emergências Clínicas Faculdade de Medicina da USP; Médico e Especialista em Clínica Médica pelo HC-FMUSP; Diretor Científico do Instituto Brasileiro para Segurança do Paciente (IBSP); Membro da Academia Brasileira de Medicina Hospitalar (ABMH); Assessor da Diretoria Médica do Hospital Samaritano de São Paulo.
Última revisão: 04/05/2017
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Contexto Clínico
A presença de um dispositivo eletrônico implantável cardiovascular tem sido, por muito tempo, uma contraindicação para o desempenho da ressonância nuclear magnética (RNM). Foi estabelecido um registro prospectivo para determinar os riscos associados à RNM em uma intensidade de campo magnético de 1,5T para pacientes com marcapasso ou cardioversor desfibrilador implantável (CDI).
O Estudo
Os pacientes, no registro, foram encaminhados para a RNM não torácica clinicamente indicada com uma intensidade de campo de 1,5T. Os dispositivos foram verificados antes e depois da RNM com o uso de um protocolo padronizado, sendo adequadamente reprogramados antes da varredura. Os pontos finais primários foram morte, falha de gerador, arritmia induzida, perda de captura ou restauração elétrica durante a varredura. Os pontos secundários avaliados foram alterações nas configurações do dispositivo.
A RNM foi realizada em mil casos em que os pacientes tinham marcapasso e em 500 casos em que os pacientes apresentavam CDI. Não ocorreram mortes, falhas, perdas de captura ou arritmias ventriculares durante a RNM. Um gerador de CDI não pôde ser avaliado após a RNM e exigiu substituição imediata; o dispositivo não tinha sido programado de forma adequada por protocolo antes do exame.
Foram observados 6 casos de fibrilação ou flutter atrial autolimitados e 6 casos de restabelecimento elétrico parcial. As alterações na impedância do elétrodo, no limiar de estimulação, na tensão da bateria e na amplitude da onda P e da onda R excederam os limiares pré-especificados em um pequeno número de casos. A repetição da RNM não foi associada a um aumento nos eventos adversos.
Aplicação Prática
Nesse estudo, não ocorreu falha de dispositivo em qualquer paciente com um marcapasso ou CDI que foi submetido à RNM não torácica clinicamente indicada em 1,5T. Isso ajuda a desmistificar alguns riscos em relação ao exame nessas situações. Entretanto, devem ser observadas as circunstâncias do presente estudo.
Bibliografia
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