Última revisão: 18/01/2011
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Reproduzido de:
DOENÇAS INFECCIOSAS E PARASITÁRIAS – GUIA DE BOLSO – 8ª edição revista [Link Livre para o Documento Original]
MINISTÉRIO DA SAÚDE
Secretaria de Vigilância em Saúde
Departamento de Vigilância Epidemiológica
8ª edição revista
BRASÍLIA / DF – 2010
Cancro Mole
CID 10: A57
7
Doença de transmissão exclusivamente sexual, mais frequente nas regiões tropicais. Caracteriza-se por apresentar lesões múltiplas (podendo ser única), tipo úlceras, habitualmente dolorosas, de borda irregular, com contornos eritematoedematosos e fundo irregular, cobertas por exsudato necrótico, amarelado e de odor fétido, que quando removido revela tecido de granulação que apresenta sangramento fácil quando submetidos a traumatismos. No homem, as localizações mais frequentes são no frênulo e no sulco balanoprepucial; na mulher, na fúrcula e na face interna dos grandes lábios. No colo uterino e na parede vaginal, podem aparecer lesões que produzem sintomatologia discreta. Nas mulheres, as infecções podem ser assintomáticas.
Lesões extragenitais têm sido assinaladas. Em 30 a 50% dos pacientes, os linfonodos são atingidos, geralmente, os inguinocrurais (bulbão), sendo unilaterais em 2/3 dos casos, observados quase que exclusivamente no sexo masculino pelas características anatômicas da drenagem linfatica. No início, ocorre tumefação sólida e dolorosa, evoluindo para liquefação e fistulização em 50% dos casos, tipicamente por orifício único.
Cancro de Ducrey, cancroide, cancro venéreo simples.
Haemophilus ducrey, bacilo gram-negativo intracelular.
O homem.
Sexual.
De 3 a 5 dias, podendo atingir 14 dias.
Semanas ou meses quando na ausência de tratamento, enquanto durarem as lesões. Com antibioticoterapia, 1 a 2 semanas. O risco de infecção em um intercurso sexual e de 80%.
Suspeita clinica, epidemiológica e laboratorial. Essa última é feita por:
Exame direto – Pesquisa em coloração, pelo método de Gram, em esfregaços de secreção da base da ulcera ou do material obtido por aspiração do bulbão. Observam-se, mais intensamente, bacilos gram-negativos intracelulares, geralmente aparecendo em cadeias paralelas, acompanhados de cocos gram-positivos (fenômeno de satelitismo).
Cultura – É o método diagnóstico mais sensível, porem de difícil realização em vista das características do bacilo.
PCR – É o padrão-ouro, embora ainda de custo elevado, apenas disponível em alguns laboratórios de referência, para pesquisa.
Biópsia – Não é recomendada, pois não confirma a doença.
Cancro duro, herpes simples, linfogranuloma venereo, donovanose e erosões traumáticas infectadas. Não é rara a ocorrência do cancro misto de Rollet (multietiologia com o cancro duro da sífilis).
Azitromicina, 1 g, VO, dose unica; Ciprofloxacina, 500 mg, VO, 12/12 horas, por 3 dias; Eritromicina (estereato), 500 mg, VO, de 6/6 horas, por 7 dias; Ceftriaxona, 250 mg, IM, dose única. O tratamento sistêmico deve ser acompanhado de medidas de higiene local.
O acompanhamento do paciente deve ser feito até a involução total das lesões. É indicada a abstinência sexual ate a resolução completa da doença. O tratamento dos parceiros sexuais esta recomendado mesmo que a doença clinica não seja demonstrada, em razão da existência de portadores assintomáticos, principalmente entre mulheres. E muito importante excluir a possibilidade da existência de sífilis associada, pela pesquisa de Treponema pallidum na lesão genital e/ou por reação sorológica para sífilis, no momento e 30 dias apos o aparecimento da lesão. A aspiração, com agulhas de grosso calibre, dos gânglios linfáticos regionais comprometidos pode ser indicada para alivio de linfonodos tensos e com flutuação. É contraindicada a incisão com drenagem ou excisão dos linfonodos acometidos.
Ocorre, principalmente, nas regiões tropicais, em comunidades com baixo nível de higiene.
Interromper a cadeia de transmissão por meio da detecção e tratamento precoce dos casos e dos seus parceiros (fontes de infecção); prevenir novas ocorrências por meio de ações de educação em saúde.
Não é doença de notificação compulsória nacional. Os profissionais de saúde devem observar as normas e procedimentos de notificação e investigação de estados e municípios.
Interrupção da cadeia de transmissão pela triagem e referencia dos pacientes com DST e seus parceiros para diagnostico e terapia adequados.
Aconselhamento – Orientações ao paciente, fazendo com que observe as possíveis situações de risco presentes em suas praticas sexuais e desenvolva a percepção quanto à importância do seu tratamento e de seus parceiros sexuais e a promoção de comportamentos preventivos.
Promoção do uso de preservativos – Método mais eficaz para a redução do risco de transmissão do HIV e outras DST. Convite aos parceiros para aconselhamento e promoção do uso de preservativos (deve-se obedecer aos princípios de confiabilidade, ausência de coerção e proteção contra a discriminação). Educação em saúde, de modo geral.
Observação: As associações entre diferentes DST são frequentes, destacando-se, atualmente, a relação entre a presença de DST e o aumento do risco de infecção pelo HIV, principalmente na vigência de ulceras genitais. Desse modo, se o profissional estiver capacitado a realizar aconselhamento, pré e pós-teste para a detecção de anticorpos anti-HIV, quando do diagnostico de uma ou mais DST, essa opção deve ser oferecida ao paciente. Portanto, toda doença sexualmente transmissível constitui evento sentinela para busca de outra DST e possibilidade de associação com o HIV. É necessário, ainda, registrar que o Ministério da Saúde preconiza a “abordagem sindrômica” aos pacientes com DST, visando aumentar a sensibilidade no diagnostico e tratamento dessas doenças, o que resultara em maior impacto na redução das mesmas.
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