Última revisão: 17/11/2008
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Paciente de 36 anos do sexo masculino com quadro de palpitações taquicárdicas e síncope desliga-liga há 6 meses com trauma. Apresenta Ecocardiograma normal. Realizou o seguinte teste ergométrico como parte da investigação.
1 - FC- 280 bpm – após esforço no teste ergométrico
2 - Ritmo regular (um pouco antes do primeiro traçado – irregular)
3- Eixo + 70 graus
4- Taquicardia com QRS alargado ( >120 ms); posteriormente Taquicardia com QRS estreito (QRS <100ms). Verifica-se alternância dos QRS (amplitude variável)
Flutter atrial 1: 1 com aberrância de condução / Períodos de Fibrilação atrial
Taquiarritmias atriais estão associados a um amplo espectro de apresentações potenciais, incluindo palpitações, síncope, pré-síncope, dispnéia, fadiga, mal-estar, e piora ou início de ICC. Muitos, se não a maioria, desses sintomas são basicamente relacionados a alta freqüência.
O Flutter é uma arritmia atrial associado à diversas condições tais como: DPOC, valvopatia mitral, doença congênita e hipertensão pulmonar. É um ritmo reentrante intra-atrial que virtualmente está sempre confinado no átrio direito.
No ECG, as ondas serrilhadas vistas em DII, DIII e AVF permanecem como padrão para o diagnóstico. Ondas de Flutter aparecem como complexos atriais de morfologia, polaridade e duração de ciclo constante, com uma freqüência variando de 240 a 350 bpm. A freqüência ventricular é frequentemente de 2:1 ou 4:1 e é, portanto, regular. Entretanto, pode ser irregular quando houver uma condução AV variável. Raramente, a condução AV pode ser até de 1:1. Essa última pode ser vista quando uma conexão AV acessória estiver operante. A condução AV pode ser intensificada durante o esforço, terapia com catecolaminas ou administração de simpaticomiméticos para outros problemas clínicos subjacentes.
A dúvida diagnóstica poderia ocorrer com taquicardia ventricular visto que a arritmia apresenta períodos de frequência ventricular rápida com QRS alargado. Porém, ao aplicarmos os critérios de Brugada não verificamos que seja de origem ventricular.
Como Diferenciar: Taquicardia Ventricular X Taquicardia Supraventricular com Aberrância.
Sinais indicativos de TV:
1- Batimentos de fusão ou captura;
2- Dissociação AV;
3- Desvio do QRS para esquerda;
4- Complexos QRS concordantes para cima ou para baixo de V1-V6;
5- Duração do QRS>140 ms;
6- QRS com morfologia de BRE com R>30ms em V1 ou V2: QR, QS ou R monofásicos em V6;
7- QRS com morfologia de BRD, monofásico ou bifásico em V1 ou relação R/S em V6 < 1 ou QS, QR ou R puro em V6.
Sinais indicativos de taquicardia supraventricular com aberrância:
1- Término ou lentificação com manobra vagal;
2- Início com onda P prematura;
3- Intervalo RP < 100ms;
4- Ausência de dissociação AV;
5- Padrão RSR’ em V1.
O paciente foi encaminhado para Unidade de Terapia Intensiva para reversão da arritmia. Verificamos que nos próximos traçados, já na UTI, a freqüência ventricular situa-se em torno de 150 btmin com ondas serrilhadas (Flutter 2:1) e períodos de Fibrilação atrial (RR irregular).
O paciente foi encaminhado a estudo eletrofisiológico que confirma a presença de instabilidade atrial e à predisposição a Flutter e FA.
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