Autores:
Flávia J. Almeida
Médica Assistente do Serviço de Infectologia Pediátrica da Santa Casa de São Paulo. Mestre em Pediatria pela FCMSCSP.
Rodrigo Díaz Olmos
Doutor em Medicina pela Faculdade de Medicina da Universidade de são Paulo (FMUSP). Diretor da Divisão de Clínica Médica do Hospital Universitário da USP. Docente da FMUSP.
Última revisão: 15/03/2010
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Sensibilidade do teste rápido de Influenza para o vírus da Influenza A H1N1 (de origem suína) em crianças1 [Link para Abstract].
A pandemia de influenza A H1N1 de origem suína (S-OIV) faz com que testes diagnósticos práticos e com boa acurácia sejam urgentemente avaliados para sua utilidade clínica potencial. A performance do teste rápido de influenza para o S-OIV é desconhecida, com os poucos estudos existentes realizados em populações mistas (adultos e crianças) mostrando sensibilidades de 11 a 69%. Uma vez que uma nova temporada de circulação viral se aproxima é importante conhecermos a performance de um teste rápido para influenza. Desta forma os autores realizaram o presente estudo com o objetivo de avaliar a sensibilidade e a acurácia do teste rápido para Influenza em crianças.
Trata-se de um estudo prospectivo de testes diagnósticos em que crianças de
A sensibilidade do TRVI foi de 62% (IC95% 52 – 70%) para o S-OIV, com uma especificidade de 99% (IC95% 92 – 100%). A sensibilidade do DFA foi de 83% (IC95% 75 – 89%), sendo superior à do TRVI (p<0,001). A sensibilidade do TRVI para o S-OIV foi semelhante à sensibilidade do teste para o influenza sazonal, utilizando a DFA + cultura como padrão ouro. A sensibilidade do teste rápido foi significativamente maior para crianças = 5 anos (71%; p=0,003) e para pacientes com 2 dias ou menos de sintomas (70%; p<0,001). Os autores concluem que embora a sensibilidade do teste rápido para detectar o influenza A H1N1 de origem suína seja maior que a previamente relatada, ela ainda permanece aquém do ideal.
Os resultados deste estudo já foram demonstrados previamente, inclusive citados nas últimas recomendações do CDC (Centers for Diseases Control and Prevention)2. Durante a circulação do vírus influenza, um TRVI positivo confirma a infecção, mas um TRVI negativo não a exclui. Desta forma, frente a um teste rápido negativo, que é oferecido em muitos serviços privados no Brasil (e em alguns serviços públicos), é fundamental que o médico considere que ainda assim (em
Com base nestas considerações estes editores acreditam que o uso TRVI como rotina na epidemia de S-OIV não deva ser utilizada, uma vez que, no melhor cenário, 30% dos testes negativos são falso-negativos. Os autores do estudo comentam que talvez o teste rápido tenha algum espaço na abordagem de crianças pequenas (< 5 anos) que chegam precocemente ao serviço de saúde (< 48h de sintomas). Entretanto, estudos de custo-eficácia ainda são necessários para avaliar se existe algum benefício real de se incluir o TRVI na abordagem de crianças com síndrome gripal aguda durante uma epidemia de S-OIV
1. Hawkes M, Richardson SE, Ipp M, Schuh S, Adachi D, Tran D. Sensitivity of Rapid Influenza Diagnostic Testing for Swine-Origin
2. Centers for Disease Control and Prevention. Interim guidance for the detection of novel influenza A virus using rapid influenza diagnostic tests. Available at: www.cdc.gov/h1n1flu/ guidance/rapid_testing.htm. Accessed September15, 2009
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