Autor:
Lucas Santos Zambon
Doutorado pela Disciplina de Emergências Clínicas Faculdade de Medicina da USP; Médico e Especialista em Clínica Médica pelo HC-FMUSP; Diretor Científico do Instituto Brasileiro para Segurança do Paciente (IBSP); Membro da Academia Brasileira de Medicina Hospitalar (ABMH); Assessor da Diretoria Médica do Hospital Samaritano de São Paulo.
Última revisão: 19/08/2015
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Com a recente publicação de estudos multicêntricos e randomizados a respeito de protocolos de tratamento da sepse (estudos ProCESS, ARISE e ProMISe) fez-se necessária uma franca atualização das diretrizes internacionais do tratamento da sepse grave e choque séptico.
Os três artigos não demonstraram superioridade no uso de cateter venoso central para monitorar PVC ou ScvO2 em pacientes com choque séptico que tenham recebido volume e antibióticos em tempo apropriado quando comparados com controles.
Bundle de 3h a partir do tempo de apresentação (sem mudanças):
- Medir níveis de lactato;
- Colher hemoculturas antes de administrar antibióticos;
- Administrar antibióticos de amplo espectro;
- Administrar 30ml/kg de cristaloide se hipotensão ou lactato = 36mg/dL.
OBS: por “tempo de apresentação" se entende o momento da triagem no departamento de emergência, ou em outros locais, na primeira evidência compatível com o diagnóstico de sepse grave ou choque séptico presente em revisão de prontuário.
Bundle de 6h a partir do tempo de apresentação:
- Dar vasopressores (para hipotensão que não responde à expansão volêmica inicial para manter uma PAM = 65mmHg;
- Nestes casos de hipotensão refratária à administração de volume (com PAM < 65mmHg ou lactato inicial = 36mg/d), reavalie o status volêmico e a perfusão de acordo com a Tabela 1;
- Reavaliar lactato em casos em que o lactato inicial estava elevado.
Documentar a reavaliação de status volêmico e perfusão tissular com
- Todos os seguintes: sinais vitais, ausculta cardiopulmonar, enchimento capilar, pulso, achados de pele;
- Ou dois dos seguintes: medida de PVC, medida de ScvO2, ultrassonografia cardiovascular à beira-leito, avaliação dinâmica com elevação passiva de membros inferiores ou prova volêmica.
Dellinger RP, Levy MM, Rhodes A, et al. Surviving Sepsis Campaign: International guidelines for management of severe sepsis and septic shock: 2012. Crit Care Med 2013; 41:580–637
ProCESS Investigators, Yealy DM, Kellum JA, Juang DT, et al. A randomized trial of protocol- based care for early septic shock. N Engl J Med 2014; 370(18):1683-1693
The ARISE Investigators and the ANZICS Clinical Trials Group. Goal-directed resuscitation for patients with early septic shock. N Engl J Med 2014; 371:1496-1506
Mouncey PR, Osborn TM, Power GS, et al for the ProMISe trial investigators. Trial of early, goal- directed resuscitation for septic shock. N Engl J Med 2015: DOI: 10.1056/NEJMoa1500896
Levy MM, Rhodes A, Phillips GS, et al. Surviving Sepsis Campaign: association between performance metrics and outcomes in a 7.5 –year study. Intensive Care Med 2014; 40: 1623- 1633
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