Autor:
Lucas Santos Zambon
Doutorado pela Disciplina de Emergências Clínicas Faculdade de Medicina da USP; Médico e Especialista em Clínica Médica pelo HC-FMUSP; Diretor Científico do Instituto Brasileiro para Segurança do Paciente (IBSP); Membro da Academia Brasileira de Medicina Hospitalar (ABMH); Assessor da Diretoria Médica do Hospital Samaritano de São Paulo.
Última revisão: 10/01/2017
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Contexto Clínico
As convulsões são responsáveis por 1,2% das visitas a departamentos de emergência (DE), sendo que 24% delas são casos de primeira convulsão. O presente estudo teve como escopo averiguar se há alguma vantagem em realizar eletrencefalograma (EEG) ainda no DE após um primeiro episódio de convulsão.
O Estudo
Este é um estudo prospectivo incluindo pacientes com mais de 17 anos de idade que se apresentaram com uma primeira convulsão, ou que nunca realizaram um EEG anteriormente, e que seriam candidatos a receberem alta sem tratamento antiepilético. O diagnóstico de convulsão foi clínico. Foram excluídos pacientes com estudos laboratoriais ou de neuroimagem que já demonstrassem a causa das convulsões. Técnicos de EEG realizaram o exame de 30 minutos no DE, o qual foi interpretado de imediato por um epileptologista, que fez uma recomendação sobre a iniciação de medicamentos antiepiléticos. Os EEGs foram categorizados como: normal; anormal e não epilético; epilético. Foram incluídos 73 pacientes, sendo que, em 71, foi efetuado um EEG. Todos os EEGs foram realizados dentro de 11 horas da convulsão, com uma média de 3,85 horas. Dos pacientes envolvidos, 24% recebeu um diagnóstico de epilepsia, e todos começaram a receber a medicação antiepilética já no DE.
Aplicação Prática
Com base neste estudo, conclui-se que 1 em cada 4 pacientes que se apresentam no DE com uma primeira convulsão é portador de epilepsia ainda não diagnosticada. A discussão é sobre a aplicação ou não do recurso, uma vez que seria necessário realizar EEG para todo paciente que se apresenta no DE com uma primeira convulsão. É provável que essa prática seja benéfica, sobretudo porque há a vantagem do início precoce da medicação, o que pode aumentar, inclusive, a aderência. Entretanto, não chega a ser uma evidência para garantir o mais alto nível de recomendação, ficando, portanto, apenas como uma sugestão utilizar esse recurso sem que haja impactos ruins para o sistema de saúde.
Bibliografia
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