Interações medicamentosas itraspor

ITRASPOR com posologia, indicações, efeitos colaterais, interações e outras informações. Todas as informações contidas na bula de ITRASPOR têm a intenção de informar e educar, não pretendendo, de forma alguma, substituir as orientações de um profissional médico ou servir como recomendação para qualquer tipo de tratamento. Decisões relacionadas a tratamento de pacientes com ITRASPOR devem ser tomadas por profissionais autorizados, considerando as características de cada paciente.



O itraconazol é metabolizado principalmente pela CYP3A4. Outras substâncias que compartilham desta via metabólica ou que modificam a atividade da CYP3A4 podem influenciar a farmacocinética do itraconazol. De maneira semelhante, o itraconazol pode modificar a farmacocinética de outras substâncias que compartilham desta via metabólica. O itraconazol é um inibidor potente da CYP3A4 e inibidor da glicoproteína-P. Durante o uso concomitante com outro medicamento, recomenda-se que a respectiva bula seja consultada quanto às informações relacionadas à via metabólica e à possível necessidade de ajusta r as doses.

Medicamentos que podem diminuir as concentrações plasmáticas de itraconazol
Medicamentos que reduzem a acidez gástrica (por exemplo, medicamentos que neutralizam a acidez, tais como o hidróxido de alumínio ou supressores da secreção ácida, como antagonistas de receptores H2 e inibidores de bomba de prótons) prejudicam a absorção do itraconazol das cápsulas. Recomenda-se que estes medicamentos sejam usados com cautela quando são coadministrados com itraconazol cápsulas:
-É recomendado que o itraconazol seja administrado com uma bebida ácida (como refrigerante não dietético a base de cola) durante o tratamento concomitante com medicamentos que reduzem a acidez gástrica.
-É recomendado que os medicamentos que neutralizam a acidez (como hidróxido de alumínio) sejam administrados pelo menos 1
hora antes ou 2 horas após a administração de ITRASPOR®.
-Durante a administração concomitante, recomenda-se que a atividade antifúngica seja monitorada e que a dose de itraconazol seja aumentada, se necessário.
A administração concomitante de itraconazol com indutores enzimáticos potentes da CYP3A4 pode diminuir a biodisponibilidade de itraconazol e hidróxi-itraconazol em tal extensão que a eficácia pode ser reduzida. Por exemplo:
-Antibacterianos: isoniazida, rifabutina, rifampicina;
-Anticonvulsivantes: carbamazepina, fenobarbital, fenitoína;
-Antivirais: efavirenz, nevirapina.
Portanto, a administração de indutores enzimáticos potentes da CYP3A4 com o itraconazol não é recomendada. Recomenda-se que o uso destes medicamentos seja evitado a partir de duas semanas antes e durante o tratamento com itraconazol, exceto se os benefícios superarem o risco de potencial redução d a eficácia do itraconazol. Durante a administração concomitante, é recomendável monitorar a atividade antifúngica e, se necessário, aumentar a dose de itraconazol.

Medicamentos que podem aumentar as concentrações plasmáticas de itraconazol
Os inibidores potentes de CYP3A4 podem aumentar a biodisponibilidade do itraconazol. Por exemplo:
-Antibacterianos: ciprofloxacino, claritromicina, eritromicina;
-Antivirais: darunavir potencializado com ritonavir, fosamprenavir potencializado com ritonavir, indinavir, ritonavir; Recomenda-se que estes medicamentos sejam utilizados com cautela quando coadministrados com itraconazol cápsulas. Recomenda-se que os pacientes que precisam tomar itraconazol concomitantemente com inibidores potentes da CYP3A4 sejam monitorados cuidadosamente para sinais e sintomas do aumento ou prolongamento dos efeitos farmacológicos do itraconazol e, se necessário, a dose de itraconazol pode ser diminuída. Quando apropriado, recomenda-se determinar as concentrações plasmáticas do itraconazol.

Medicamentos que podem ter sua concentração plasmática aumentada pelo itraconazol
O itraconazol e seu principal metabólito, hidróxi-itraconazol, podem inibir o metabolismo de medicamentos metabolizados pela CYP3A4 e podem inibir o transporte de medicamentos pela glicoproteína-P, o que pode resultar em aumento das concentrações plasmáticas destes medicamentos e/ou de seus metabólitos ativos quando eles são administrados com o itraconazol. Estas concentrações plasmáticas elevadas podem aumentar ou prolongar tantos os efeitos terapêuticos como os efeitos adversos destes medicamentos. Os medicamentos metabolizados pela CYP3A4 conhecidos por prolongarem o intervalo QT podem ser contraindicados com o itraconazol, pois tal combinação pode levar a taquiarritmias ventriculares, incluindo ocorrências de Torsade de Pointes, uma arritmia potencialmente fatal. Uma vez que o tratamento seja interrompido, as concentrações plasmáticas do itraconazol diminuem para níveis quase indetectáveis dentro de 7 a 14 dias, dependendo da dose e da duração do tratamento. Em pacientes com cirrose hepática ou em indivíduos recebendo inibidores da CYP3A4, o declínio das concentrações plasmáticas pode ser ainda mais gradual. Isto é particularmente importante ao iniciar o tratamento com medicamentos cujo metabolismo seja afetado pelo itraconazol.
As interações medicamentosas são classificadas como se segue:
– “Contraindicado”: Sob nenhuma circunstância coadministrar o medicamento com o itraconazol e até duas semanas após a descontinuação do tratamento com itraconazol.
– “Não recomendado”: É recomendado que o uso do medicamento seja evitado durante e até duas semanas após a descontinuação do tratamento com itraconazol, exceto se os benefícios superarem os riscos potencialmente aumentados de efeitos colaterais. Se não for possível evitar a coadministração, recomenda-se monitoramento clínico dos sinais ou sintomas de efeitos aumentados, prolongados ou adversos do medicamento com o qual interagiu e sua dose deve ser reduzida ou interrompida, se necessário. Quando apropriado, recomenda-se que as concentrações plasmáticas sejam mensuradas.
– “Uso com cautela”: O monitoramento cuidadoso é recomendado quando o medicamento é coadministrado com itraconazol. Neste caso, é recomendado que os pacientes sejam monitorados cuidadosamente para sinais e sintomas de efeitos aumentados, prolongados ou adversos do medicamento com o qual interagiu e sua dose seja reduzida, se necessário. Quando apropriado, recomenda-se que as concentrações plasmáticas sejam mensuradas.
Exemplos de medicamentos que podem ter suas concentrações plasmáticas aumentadas pelo itraconazol, apresentados por classe terapêutica com a recomendação em relação à administração concomitante com itraconazol:

Classe terapêutica Contraindicado Não recomendado Uso com cautela
Alfabloqueadores tansulosina
Analgésicos

Levacetilmetadol
(levometadil), metadona

fentanila

alfentanila, buprenorfina IV e
sublingual, oxicodona,
sufentanila

Antiarrítmicos

disopiramida, dofetilida,
dronedarona, quinidina

digoxina
Antibacterianos

telitromicina em pacientes
com insuficiência renal severa
ou insuficiência hepática
severa

rifabutinaa telitromicina

Anticoagulantes e
antiagregantes
plaquetários

ticagrelor apixabana, rivaroxabana

cumarínicos, cilostazol,
dabigatrana

Anticonvulsivantes carbamazepinaa
Antidiabéticos repaglinida, saxagliptina

Anti-helmínticos e
antiprotozoários

halofantrina praziquantel
Anti-histamínicos

astemizol, mizolastina,
terfenadina

bilastina, ebastina

Medicamentos para
enxaqueca

alcaloides do Ergot, como
dihidroergotamina,
ergometrina (ergonovina),
ergotamina, metilergometrina
(metilergonovina)

eletriptana
Antineoplásicos irinotecano

axitinibe. dabrafenibe,
dasatinibe, ibrutinibe,
nilotinibe, sunitinibe,
trabectedina

bortezomibe, bussulfano,
docetaxel, erlotinibe,
gefitinibe, imatinibe,
ixabepilona, lapatinibe,
ponatinibe, trimetrexato,
alcaloides da vinca

Antipsicóticos, ansiolíticos e
hipnóticos

lurasidona, midazolam oral,
pimozida, sertindol, triazolam

alprazolam, aripiprazol,
brotizolam, buspirona,
haloperidol, midazolam IV,
perospirona, quetiapina,
ramelteon, risperidona

Antivirais simeprevir

maraviroque, indinavirb,
ritonavirb, saquinavir

Betabloqueadores nadolol

Bloqueadores de canal de
cálcio

bepridil, felodipino,
lercanidipino, nisoldipino

Outras di-hidropiridinas,
verapamil

Medicamentos
cardiovasculares, diversos

ivabradina, ranolazina

Alisquireno, sildenafila para o
tratamento de hipertensão
pulmonar

bosentana, riociguate
Diuréticos eplerenona
Medicamentos gastrintestinais Cisaprida, domperidona aprepitanto
Imunossupressores everolimo

budesonida, ciclesonida,
ciclosporina, dexametasona, 

fluticasona,
metilprednisolona,
rapamicina (também
conhecida como sirolimo),
tacrolimo, tensirolimo

 

Medicamentos reguladores de
lipídeos

lovastatina, sinvastatina   – atorvastatina 
 Medicamentos respiratórios –   salmeterol – 

ISRS, antidepressivos e
tricíclicos e relacionados

 –  –  reboxetina
 Medicamentos urológicos

fesoterodina, em pacientes
com insuficiência renal ou
hepática moderada a severa,
solifenacina em pacientes
com insuficiência renal ou
hepática moderada a severa

 darifenacina, vardenafila  fesoterodina, imidafenacina,

oxibutina, sildenafila para o
tratamento de disfunção
erétil, solifenacina, tadalafila,
tolterodina

 Outros

colchicina em indivíduos com
insuficiência renal ou
hepática

Colchicina, conivaptana,

tolvaptana

alitretinoína (formulação
oral), cinacalcete,
mozavaptana

 



aVeja também em “Medicamentos que podem diminuir as concentrações plasmáticas do itraconazol”.
bVeja também em “Medicamentos que podem aumentar as concentrações plasmáticas do itraconazol”.

Medicamentos que podem ter suas concentrações plasm áticas diminuídas pelo itraconazol
A coadministração de itraconazol com o AINE meloxicam pode diminuir as concentrações plasmáticas de meloxicam. Recomenda- se cautela ao usar meloxicam com itraconazol, devendo-se monitorar seus efeitos ou efeitos adversos e, se necessário, adaptar a dose de meloxicam.

População pediátrica
Os estudos de interação foram conduzidos apenas em adultos.