Interações medicamentosas topiramato

TOPIRAMATO com posologia, indicações, efeitos colaterais, interações e outras informações. Todas as informações contidas na bula de TOPIRAMATO têm a intenção de informar e educar, não pretendendo, de forma alguma, substituir as orientações de um profissional médico ou servir como recomendação para qualquer tipo de tratamento. Decisões relacionadas a tratamento de pacientes com TOPIRAMATO devem ser tomadas por profissionais autorizados, considerando as características de cada paciente.



– Efeitos do topiramato sobre outras medicações antiepilépticas
A associação de topiramato com outras medicações antiepilépticas (fenitoína, carbamazepina, ácido valproico, fenobarbital, primidona) não afeta suas concentrações plasmáticas no estado de equilíbrio, exceto, ocasionalmente, em alguns pacientes, em que a adição de topiramato à fenitoína poderá resultar no aumento das concentrações plasmáticas de fenitoína e também de sua ação. Tal ocorrência se deve possivelmente à inibição de uma enzima polimórfica isofórmica específica (CYP2CMEPH). Consequentemente, qualquer paciente submetido ao tratamento com fenitoína, que apresente sinais ou sintomas de toxicidade, deverá submeter- se à monitoração dos níveis plasmáticos de fenitoína.

– Efeitos de outras medicações antiepilépticas sobre topiramato
A fenitoína e a carbamazepina diminuem as concentrações plasmáticas do topiramato. A adição ou descontinuação da fenitoína ou da carbamazepina ao tratamento com topiramato poderá requerer um ajuste de dose deste último. O tratamento da dose deverá ser realizado de acordo com o efeito clínico.
Tanto a adição quanto a retirada do ácido valproico não produzem mudanças clinicamente significativas nas concentrações plasmáticas de topiramato e, portanto, não exigem ajuste da dose do topiramato. Os resultados destas interações estão resumidos na tabela a seguir.

Medicações antiepiléticas coadministradas

Concentrações das medicações antiepiléticas

Concentrações de topiramato

Fenitoína

<->**

Carbamazepina

<->

Ácido Valproico

<->

<->

Fenobarbital

<->

NE

Primidona

<->

NE


<->sem efeito sobre as concentrações plasmáticas
** concentrações plasmáticas aumentadas em alguns pacientes
↓diminuição das concentrações plasmáticas
NE não estudado

– Interação com outras medicações
Digoxina: num estudo de dose única, a administração concomitante de topiramato provocou uma redução de 12% na área sob a curva de concentração plasmática (AUC) da digoxina. A importância clínica desta observação não foi determinada. Quando o topiramato for associado ou descontinuado em pacientes submetidos a tratamento com a digoxina, será necessária a monitoração rotineira e cuidadosa das concentrações séricas de digoxina.

Depressores do SNC/Álcool: recomenda-se que topiramato não seja utilizado concomitantemente com bebidas alcoólicas, nem com outras medicações depressoras do snc, pois pode ocorrer um aumento da ação do topiramato.

Anticoncepcionais orais: em um estudo de interação farmacocinética em voluntárias sadias, com administração concomitante de contraceptivo oral combinado contendo 1 mg de noretindrona e 35 mcg de etinilestradiol, topiramato, administrado isoladamente nas doses de 50 a 200 mg/dia, não foi associado a alterações estatisticamente significantes na exposição média (AUC) aos componentes do contraceptivo oral. Em outro estudo, a exposição ao etinilestradiol apresentou redução estatisticamente significante com doses de 200, 400 e 800 mg/dia (18%, 21% e 30% respectivamente) quando administrado como adjuvante em pacientes em uso de ácido valproico. Em ambos os estudos, topiramato (50 mg/dia a 800 mg/dia) não afetou significantemente a exposição à noretindrona. Entretanto, nas doses entre 200 – 800 mg/dia, houve uma redução dose-dependente na exposição ao etinilestradiol e, nas doses de 50 – 200 mg/dia, não houve alteração significante dose-dependente na exposição ao etinilestradiol. A significância clínica das alterações observadas não é conhecida. A possibilidade de redução da eficácia do contraceptivo e aumento no sangramento de escape deve ser considerada em pacientes em uso de contraceptivos orais combinados e topiramato. Deve-se solicitar a pacientes em uso de contraceptivos orais que relatem qualquer alteração em seus padrões menstruais. A eficácia contraceptiva pode ser reduzida, mesmo na ausência de sangramento de escape.
O clearance plasmático do componente estrogênico aumentou significativamente após o uso do anticoncepcional.

Metformina: um estudo de interação medicamentosa, conduzido em voluntários sadios avaliou a farmacocinética da metformina e do topiramato no estado de equilíbrio no plasma quando a metformina foi administrada isolada e quando a metformina e o topiramato foram administrados simultaneamente. Os resultados do estudo indicaram que a Cmax média e a AUC0-12 hs média da metformina aumentaram em 18% e 25%, respectivamente, enquanto que o CL/F médio diminuiu 20% quando a metformina foi co-administrada com topiramato. O topiramato não afeta o tmax da metformina.
A significância clínica do efeito do topiramato na farmacocinética da metformina não está clara. O “clearance” plasmático oral do topiramato parece ser reduzido quando administrado com metformina. A extensão da alteração no “clearance” é desconhecida. A significância clínica do efeito da metformina na farmacocinética do topiramato não está clara. Quando topiramato é administrado ou retirado em pacientes tratados com metformina, deve-se ter especial atenção na monitorização rotineira para um controle adequado do diabetes.

Outros: topiramato poderá aumentar o risco de nefrolitíase em pacientes sob uso concomitante de outros agentes que predispõe à nefrolitíase.
Durante tratamento com topiramato, tais agentes deverão ser evitados, uma vez que eles criam um ambiente fisiológico que aumenta o risco de formação de cálculo renal.

Exames laboratoriais: dados de estudos clínicos indicam que o topiramato tem sido associado com uma redução média de 4 mmol/l no nível de bicarbonato no sangue total.