Reações adversas tibolona

Tibolona com posologia, indicações, efeitos colaterais, interações e outras informações. Todas as informações contidas na bula de Tibolona têm a intenção de informar e educar, não pretendendo, de forma alguma, substituir as orientações de um profissional médico ou servir como recomendação para qualquer tipo de tratamento. Decisões relacionadas a tratamento de pacientes com Tibolona devem ser tomadas por profissionais autorizados, considerando as características de cada paciente.



As reações adversas descritas a seguir foram relatados em 16 estudos controlados com placebo, onde 1463 mulheres receberam doses terapêuticas de tibolona (1,25 ou 2,5 mg) e 855 mulheres receberam placebo. A duração do tratamento nesses estudos variou de 2 a 24 meses. A tabela 2 apresenta as reações adversas com significado estatístico que ocorreram mais frequentemente durante o tratamento com tibolona do que com placebo.
Na prática clínica, estas reações adversas foram observadas, assim como algumas outras como cefaleia, edema, tontura, rash, prurido, dermatite seborreica, enxaqueca, distúrbios visuais (incluindo borramento da visão), transtorno gastrintestinal, depressão, efeitos no sistema músculoesquelético como artralgia ou mialgia e alterações nos parâmetros das funções hepáticas. Contudo, em estudos clínicos, estes últimos efeitos não foram encontrados com mais frequência durante o tratamento com tibolona do que com o placebo.

– Câncer de mama
De acordo com as evidências de um grande número de estudos epidemiológicos e de um estudo randomizado controlado com placebo, o Women’s Health Initiative (WHI), o risco global de câncer de mama aumenta com o aumento da duração do uso da TH em usuárias correntes ou recentes. Para a TH com estrogênio isolado, as estimativas do risco relativo (RR) de uma re-análise dos dados originais de 51 estudos epidemiológicos (onde >80% da TH utilizada foi estrogênio isolado) e do estudo epidemiológico MWS são similares a 1,35 (95% IC: 1,21 – 1,49) e 1,30 (95% IC: 1,21 – 1,40), respectivamente. Para a TH combinada estrogênio-progestagênio, diversos estudos epidemiológicos relataram um risco global mais elevado de câncer de mama se comparado com o estrogênio isolado. O MWS relatou que, comparado a não usuárias, o uso de vários tipos de TH combinada estrogênio-progestagênio estava associado ao maior risco de câncer de mama (RR = 2,00; 95% IC: 1,88 – 2,12) do que com o uso de estrogênio isolado (RR = 1,30; 95% IC: 1,21 – 1,40) ou tibolona (RR = 1,45; 95%IC: 1,25 – 1,68). O estudo WHI relatou um risco estimado de 1,24 (95% IC: 1,01 – 1,54) após 5,6 anos de uso de TH combinada estrogênio-progestagênio (ECE + MPA) em todas as usuárias comparado ao placebo.
Os riscos absolutos calculados a partir dos estudos MWS e WHI estão apresentados a seguir: O MWS estimou, a partir da incidência média conhecida de casos de câncer de mama em países desenvolvidos que:
• para mulheres que não estão utilizando TH, em aproximadamente 32 de cada 1000 é esperado o diagnóstico de câncer de mama entre 50 e 64 anos de idade.
• Para 1000 usuárias de TH correntes ou recentes, o número de casos adicionais durante o período correspondente será: – para usuárias de terapia de reposição com estrogênio isolado: entre 0 e 3 (melhor estimativa = 1,5) para 5 anos de uso e entre 3 e 7 (melhor estimativa = 5) para 10 anos de uso. – Para usuárias de TH combinada estrogênio-progestagênio: entre 5 e 7 (melhor estimativa = 6) para 5 anos de uso e entre 18 e 20 (melhor estimativa = 19) para 10 anos de uso.
O estudo WHI estimou que após 5,6 anos de acompanhamento de mulheres entre 50 e 79 anos de idade, um adicional de 8 casos de câncer de mama invasivo por 10000 mulheres/ano seria devido à TH combinada estrogênio-progestagênio (EEC + MPA). De acordo com os cálculos dos dados do estudo, estima-se que:
• para 1000 mulheres do grupo placebo, aproximadamente 16 casos de câncer de mama invasivo seriam diagnosticados em 5 anos.
• Para 1000 mulheres que utilizaram TH combinada estrogênio-progestagênio (ECE + MPA), o número de casos adicionais seria entre 0 e 9 (melhor estimativa = 4) para 5 anos de uso.
O número de casos adicionais de câncer de mama em mulheres que utilizam TH é similar para todas as mulheres que iniciaram a TH, independente da idade de início do uso (entre 45- 65 anos de idade) (vide Precauções e advertências).

– Câncer de endométrio
Houve relatos de hiperplasia e câncer de endométrio em mulheres tratadas com tibolona. O estudo MWS estimou um risco aumentado de câncer de endométrio em mulheres que haviam usado tibolona comparadas àquelas que nunca fizeram TH (RR aproximadamente 1,8, 95% IC, 1,4 – 2,3). O risco aumentou com o aumento do tempo de uso. O estudo GPRD estimou um aumento do risco de câncer de endométrio em mulheres que haviam usado tibolona comparadas àquelas que usaram TH sequencial combinada (RR aproximadamente 1,5, 95% IC, 1,0 – 2,3). Outras reações adversas foram relatadas em associação ao tratamento com estrogênioprogestagênio: – neoplasias estrogênio-dependentes benignos e malígnos, por ex. carcinoma de endométrio; – tromboembolismo venoso, por exemplo, trombose venosa profunda pélvica ou de membros inferiores e embolismo pulmonar, foram mais frequentes entre as usuárias de TH do que entre as não usuárias. Para maiores informações vide Contra-indicações e Precauções e advertências; – infarto do miocárdio e AVC; – doença da vesícula biliar; – distúrbios de pele e tecido subcutâneo: cloasma, eritema multiforme, eritema nodoso, púrpura vascular; – provável demência (vide Precauções e advertências).