Autores:
Leonardo Vieira da Rosa
Médico Cardiologista pelo Instituto do Coração do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP. Médico Assistente da Unidade de Terapia Intensiva do Instituto do Coração do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP. Doutorando em Cardiologia do InCor-HC-FMUSP. Médico Cardiologista da Unidade Coronariana do Hospital Sírio Libanês.
Mariana Andrade Deway
Especialista em Cardiologia pelo Instituto do Coração do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HC-FMUSP).
Médica Cardiologista da Unidade Coronariana do Hospital Sírio Libanês
Última revisão: 18/10/2010
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No Brasil, a incidência de cardiopatia na gravidez é, em centros de referência, de até 4,2%, ou seja, oito vezes maior quando comparada a estatísticas internacionais. Universalmente, a cardiopatia é considerada a maior causa de morte materna indireta no ciclo gravídico-puerperal.
As indicações da valvotomia percutânea por cateter balão superpõem-se às indicações cirúrgicas, principalmente na estenose mitral refratária ao tratamento clínico.
Inibição da atividade uterina deve ser profilática por meio de fármacos com ação uterolítica, como a indometacina (um supositório uma hora antes e outro uma hora após o procedimento), (IIaC) ou óvulos de progesterona (50 mg) via vaginal duas vezes ao dia, iniciando no dia anterior e mantendo até o dia posterior ao procedimento, num total de 4 óvulos. (IIaC) Dá-se preferência à progesterona natural, porque a indometacina pode provocar o fechamento do canal arterial quando utilizada após a 26ª semana de gestação.
A indicação de cirurgia cardíaca na gravidez está presente nos casos refratários ao tratamento clínico ou na impossibilidade do tratamento percutâneo por cateter balão. As causas mais frequentes são: insuficiência cardíaca, endocardite infecciosa, trombose de prótese valvar e dissecção de aorta. Os riscos relacionados ao procedimento cirúrgico não são diferentes aos de mulheres não grávidas. Contudo, a morbidade e mortalidade materna têm sido relatadas como maiores na gestação porque geralmente a cirurgia cardíaca é indicada em situações de extrema gravidade.
Pode ser necessária em pacientes com taquiarritmias supraventriculares ou ventriculares que não respondem ao uso de drogas ou quando desenvolvem instabilização hemodinâmica. O procedimento pode ser realizado com segurança em qualquer idade gestacional e o feto pode apresentar bradicardia transitória com resolução espontânea. Está indicado uso de anticoagulante em doses terapêuticas por 3 semanas antes da cardioversão, e por no mínimo 4 semanas após. A anestesia para a cardioversão elétrica pode ser realizada com propofol.
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