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Óbito fetal

Autor:

Tatiana Pfiffer Favero

Médica Assistente e Pós-graduanda do Departamento de Ginecologia e Obstetrícia do Hospital Charité-Universitätsmedizin Berlin, Alemanha.

Última revisão: 06/03/2012

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Óbito fetal: o que o sistema de saúde pode oferecer a mães e bebês para evitar esta complicação?

 

Especialidades: Obstetrícia / Medicina de Família e Comunidade

 

Resumo

Revisão extensa da literatura que objetiva propor estratégias concretas para diminuir a ocorrência de óbitos fetais. O artigo separa as medidas a serem implementadas de acordo com as causas mais frequentes e a complexidade do sistema de saúde disponível.

 

Contexto clínico

As causas mais frequentes dos óbitos fetais são inseparáveis daquelas que vitimizam gestantes e recém-nascidos. Anualmente, são registrados no mundo 350.000 óbitos maternos, 3,6 milhões de óbitos de recém-nascidos e 2,6 milhões de óbitos fetais, sendo que 98% de todos esses casos ocorrem em países em desenvolvimento. Uma redução expressiva destes números é uma das principais Metas de Desenvolvimento do Milênio da Organização Mundial da Saúde (OMS). Os especialistas são unânimes em afirmar que intervenções que visam à melhoria da asistência pré-natal têm um impacto direto na redução das taxas de óbito materno e indireto na de óbitos fetais e neonatais. Visto que a elaboração de políticas de saúde pública consideram muito os custos, buscam-se intervenções simples e baratas que possam diminuir significativamente esses índices e se traduzir em benefício econômico para a sociedade.

 

O estudo

Trata-se de um estudo de revisão publicado em 2011 elaborado por um Comitê de especialistas que propõe estratégias de prevenção do óbito fetal, de acordo com o grau de complexidade do sistema de saúde disponível para a gestante, levando em consideração custos e potenciais benefícios. Em países com altos índices de mortalidade, a melhora dos serviços de assistência ao parto deve ser priorizada, pois proporciona uma grande redução dos óbitos maternos, neonatais e fetais. Ainda nos países em desenvolvimento, deve ser estimulado o diagnóstico e o tratamento da sífilis, que, apesar de impactar menos a mortalidade, é de baixo custo e de fácil execução. Outras medidas simples e eficazes que poderiam ser implementadas são o uso periconcepcional do ácido fólico e a prevenção e o tratamento da malária em áreas endêmicas.

Por outro lado, os países desenvolvidos precisariam focar no cuidado pré-natal avançado, incluindo a identificação e resolução das gestações acima de 41 semanas e com restrição de crescimento fetal intrauterino, assim como a detecção e a terapia da doença hipertensiva e do diabetes gestacional. Vale lembrar que estas intervenções trariam uma potencial redução na mortalidade, porém com um custo mais elevado.

 

Aplicações para a prática clínica

Existe uma lista de 68 países prioritários que concentram 92% da mortalidade materno-fetal no mundo. Caso as propostas mencionadas sejam efetivamente implementadas até 2015, aproximadamente 1,1 milhão de óbitos fetais (45%), 200.000 óbitos maternos (54%) e 1,4 milhões neonatais (43%) poderão ser evitados a um custo de somente R$ 4,00 por gestante.

 

Bibliografia

1.   Pattinson R, Kerber K, Buchmann E, Friberg IK, Belizan M, Lansky S, et al. Stillbirths: how can health systems deliver for mothers and babies? Lancet 2011; 377(9777): 1610-23 [link para o artigo] (Fator de Impacto: 33,633).

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