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Diretriz – Doença isquêmica cardíaca estável

Autor:

Lucas Santos Zambon

Doutorado pela Disciplina de Emergências Clínicas Faculdade de Medicina da USP; Médico e Especialista em Clínica Médica pelo HC-FMUSP; Diretor Científico do Instituto Brasileiro para Segurança do Paciente (IBSP); Membro da Academia Brasileira de Medicina Hospitalar (ABMH); Assessor da Diretoria Médica do Hospital Samaritano de São Paulo.

Última revisão: 22/07/2013

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Especialidades: Cardiologia / Medicina Hospitalar

 

Resumo

O artigo apresenta o resumo das novas diretrizes internacionais publicadas em 2012 sobre diagnóstico e manejo da doença isquêmica cardíaca (DIC).

 

Contexto clínico

A importância da doença isquêmica cardíaca (DIC) reflete-se em grande morbimortalidade populacional. Nos EUA, são mais de 17 milhões de norte-americanos com doença coronariana, sendo que, em 2010, foram 380.000 mortes causadas por isquemia cardíaca, constituindo a principal causa de morte em homens dos EUA. A magnitude desta doença se reproduz em diversos países no mundo, incluindo o Brasil. A seguir, apresenta-se um resumo das principais recomendações da mais recente diretriz internacional sobre DIC. O ponto forte desta diretriz é o uso racional de exames, sobretudo da angiografia coronariana, que deve ser reservada para casos específicos.

 

Recomendações – Resumo

1.    Todas as decisões sobre diagnóstico e opções terapêuticas devem ser feitas em conjunto com o paciente, preservando o direito de autonomia (Classe I).

2.    Na abordagem inicial para estabelecer o diagnóstico de DIC estável:

a.    Todos os pacientes com dor torácica devem ser submetidos a uma história completa e exame físico (Classe I).

b.    Um eletrocardiograma de repouso (ECG) deve ser obtido em todos os pacientes com dor no peito sem nenhuma causa óbvia não cardíaca (Classe I). Decisões sobre mais testes devem ser tomadas com base na probabilidade pré-teste do paciente ter DIC.

c.     Um teste ergométrico padrão deve ser a abordagem inicial de diagnóstico em pacientes capazes de realizar tal teste e que apresentam um ECG interpretável (Classe I).

d.    Quando o ECG não é interpretável, recomenda-se realizar cintilografia ou ecocardiografia de esforço (Classe I).

3.    Avaliação ecocardiográfica em repouso para função sistólica e diastólica do ventrículo esquerdo (VE) é recomendada em pacientes com DIC conhecida ou suspeita quando associada a infarto do miocárdio prévio, ou ondas Q patológicas ou sintomas/sinais sugestivos de insuficiência cardíaca (Classe I). A função do VE não deve ser reavaliada em pacientes sem alteração no estado clínico ou sem indicação de mudança na terapêutica em uso (Classe III).

4.    Além de uso em diagnóstico para pacientes com suspeita de DIC, a realização de teste ergométrico padrão é recomendada para avaliação de risco em pacientes com DIC estável, capazes de realizar o teste e que apresentam um ECG interpretável (Classe I). Em pacientes que não conseguem realizar o teste ergométrico, testes de estresse farmacológico com cintilografia ou ecocardiografia são recomendados para diagnóstico e avaliação de risco.

5.    Pacientes com bloqueio do ramo esquerdo no ECG ou aqueles em que se está considerando revascularização para estenose coronariana de importância fisiológica devem ser submetidos a testes de estresse não invasivo com imagem (Classe I).

6.    A coronariografia é recomendada como uma estratégia inicial em pacientes com DIC estável que sobreviveram a morte súbita cardíaca ou arritmias ventriculares com risco de morte, ou ainda naqueles que desenvolvem sintomas e sinais de insuficiência cardíaca (classe I).

7.    Angiografia coronariana deve ser realizada para avaliar o risco após tratamento inicial com teste não invasivo em que a probabilidade de DIC grave é alta (Classe I). Angiografia não deve ser realizada para avaliação de risco em pacientes que não querem se submeter à revascularização (Classe III).

8.    A angiografia coronariana não deve ser usada para avaliar risco em pacientes com DIC estável, função do VE preservada e que apresentam baixo risco, para pacientes de baixo risco e que não tenham passado por testes não invasivos, ou para pacientes sem nenhuma evidência de isquemia em testes não invasivos (Classe III).

 

Bibliografia

1.    Fihn SD, Gardin JM, Abrams J, Berra K, Blankenship JC, Dallas AP et al. 2012 ACCF/AHA/ACP/AATS/PCNA/SCAI/STS guideline for the diagnosis and management of patients with stable ischemic heart disease: Executive Summary — A report of the American College of Cardiology Foundation/American Heart Association Task Force on Practice Guidelines, and the American College of Physicians, American Association for Thoracic Surgery, Preventive Cardiovascular Nurses Association, Society for Cardiovascular Angiography and Interventions, and Society of Thoracic Surgeons. J Am Coll Cardiol 2012 Nov 19; [e-pub ahead of print] [link para o artigo]

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