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Um exame de sangue promissor no diagnóstico precoce de Alzheimer

Autor:

Lucas Santos Zambon

Doutorado pela Disciplina de Emergências Clínicas Faculdade de Medicina da USP; Médico e Especialista em Clínica Médica pelo HC-FMUSP; Diretor Científico do Instituto Brasileiro para Segurança do Paciente (IBSP); Membro da Academia Brasileira de Medicina Hospitalar (ABMH); Assessor da Diretoria Médica do Hospital Samaritano de São Paulo.

Última revisão: 05/06/2014

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Especialidades: Neurologia/Geriatria/Medicina de Família

 

Contexto Clínico

         A doença de Alzheimer é causadora de um quadro demencial progressivo e que não tem cura. Estima-se que mais de 35 milhões de indivíduos no mundo sofram da doença, e as projeções mostram que chegaremos a ter 115 milhões de portadores em 2050. Os tratamentos são limitados a controlar sintomas, o que é altamente relacionado ao fato de que não há métodos de detectar a doença em uma fase antes da progressão que leva a perdas de memória e declínio funcional. Caso se descubra uma forma de detectar o Alzheimer em uma fase pré-clínica, talvez seja  possível desenvolver intervenções modificadoras.

 

O Estudo

         Os atuais exames para detectar Alzheimer precoce envolvem o uso de neuroimagem funcional e estrutural, assim como análise de líquido cerebroespinal para os níveis de amiloide beta e tau. Mesmo com esses exames sendo cada vez mais usados como preditores da conversão de um distúrbio cognitivo leve em doença de Alzheimer, todos são caros, pouco disponíveis e oferecem riscos para os pacientes. Essas barreiras chegam a ser proibitivas em alguns contextos, principalmente se pensarmos no uso em larga escala para detectar a doença em potenciais portadores.

         Para transpor essas barreiras, pesquisadores coletaram amostras de sangue de idosos com 70 anos ou mais. Após três anos, 74 dos participantes tinham distúrbio cognitivo leve ou Alzheimer precoce. Os pesquisadores então compararam as amostras de sangue dos portadores com os dos indivíduos normais do ponto de vista cognitivo.

         Dez diferentes metabólitos lipídicos, incluindo os fosfolípides de membrana celular fosfatidilcolina e acilcarnitina, estavam diminuídos em 53 dos participantes com problemas cognitivos. Estas alterações tiveram 90% de acurácia em predizer quem desenvolveu déficit cognitivo leve ou Alzheimer precoce no período de dois a três anos.

 

Aplicações Práticas

         Este painel de biomarcadores estudados, e que refletem a integridade da membrana celular, se mostrou sensível para detectar neurodegeneração ainda em fase precoce. Provavelmente o futuro da doença de Alzheimer caminha para uma detecção mais precoce. Isso nos levará a um desdobramento, que é a possibilidade de desenvolver algo que barre a evolução da doença, melhorando o prognóstico de milhares de pessoas no mundo.

 

 

Bibliografia

Mapstone M et al. Plasma phospholipids identify antecedent memory impairment in older adults. Nat Med 2014 Mar 9; [e-pub ahead of print] (link para o artigo).

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