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Biópsia de Pulmão Guiada por Tomografia

Autor:

Lucas Santos Zambon

Doutorado pela Disciplina de Emergências Clínicas Faculdade de Medicina da USP; Médico e Especialista em Clínica Médica pelo HC-FMUSP; Diretor Científico do Instituto Brasileiro para Segurança do Paciente (IBSP); Membro da Academia Brasileira de Medicina Hospitalar (ABMH); Assessor da Diretoria Médica do Hospital Samaritano de São Paulo.

Última revisão: 08/04/2015

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Contexto Clínico

Cada vez mais há necessidade de migrarmos para uma medicina intervencionista menos invasiva, permitindo procedimentos mais seguros. O uso de radiologia intervencionista vem crescendo nesse sentido, e surgindo como excelente opção para realização de punções e biópsias. A biópsia pulmonar de nódulos guiada por tomografia é uma modalidade diagnóstica bem estabelecida, porém faltam dados quanto a desfechos de resultados e segurança do procedimento.

        

O Estudo

Este é um estudo retrospectivo que avaliou os resultados das biópsias pulmonares guiadas por tomografia computadorizada (TC) para 750 pacientes. O objetivo foi determinar a precisão do diagnóstico, complicações e fatores de risco independentes para o fracasso de diagnóstico e pneumotórax grave. A idade média dos pacientes foi de 71 anos, a média de tamanho das lesões biopsiadas foi de 2,4 cm e a distância da pleura à lesão em média foi de 1,6cm. Foram realizadas biópsias por agulha fina e biópsias do tipo “core".

A acurácia diagnóstica do exame foi de 92,9%, com valor preditivo positivo de 99,8%. O valor preditivo negativo para câncer foi de 74,2%.  Fatores de risco independentes para o fracasso de diagnóstico foram lesões malignas (odds ratio [OR]: 4,20; IC95%: 1,66-14,1; p = 0,001), lesões no lobo inferior (OR: 2,01; IC95%: 1,17-3,47; p = 0,011), lesões de 2,0 centímetros ou menores (OR: 2,87; IC95%: 1,59-5,48; p <0,001), e a presença de pneumotórax durante o procedimento (OR: 2,18; IC95%: 1,27-3,78; p = 0,004). Pneumotórax com necessidade de drenagem ocorreu em 7% dos pacientes. Fatores de risco independentes para pneumotórax com necessidade de drenagem foram a idade de 73 anos ou mais (OR: 2,19; IC95%: 1,21-4,05; p = 0,009), a presença de enfisema (OR: 4,29; IC95%: 2,05-8,82; p <0,001), lesões benignas (OR: 2,33; IC95%: 1,20-4,40; p = 0,012), o posicionamento do paciente em decúbito dorsal (OR: 2,61; IC95%: 1,44-4,84; p = 0,001), e distância da pleura à lesão de 1,5 cm ou mais (OR: 3,08; IC95%: 1,63-6,17; p <0,001).

 

Aplicações Práticas

A maior importância deste estudo é dar conhecimento a qualquer médico que venha a solicitar uma biópsia de pulmão guiada por TC para um paciente seu. Saber os riscos e o benefício diagnóstico é fundamental para dar consentimento informado ao paciente. O exame tem grande acurácia diagnóstica e uma taxa de complicação ruim (que foram os pneumotórax que precisaram de drenagem), que é aceitável (7%). Isso principalmente em comparação com uma cirurgia torácica aberta ou por videolaparoscopia, que tem mais morbidade e implicam em uso de drenagem praticamente de forma sucessiva.

 

Bibliografia

Takeshita J et al. CT-guided fine-needle aspiration and core needle biopsies of pulmonary lesions: A single-center experience with 750 biopsies in Japan. AJR Am J Roentgenol 2015 Jan; 204:29. (Link para o artigo: http://dx.doi.org/10.2214/AJR.14.13151)

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