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Diferentes quantidades de dieta enteral em doentes críticos

Autor:

Lucas Santos Zambon

Doutorado pela Disciplina de Emergências Clínicas Faculdade de Medicina da USP; Médico e Especialista em Clínica Médica pelo HC-FMUSP; Diretor Científico do Instituto Brasileiro para Segurança do Paciente (IBSP); Membro da Academia Brasileira de Medicina Hospitalar (ABMH); Assessor da Diretoria Médica do Hospital Samaritano de São Paulo.

Última revisão: 18/09/2015

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Contexto Clínico

O objetivo calórico adequado para adultos críticos não é claro. No estudo que  apresentaremos foi avaliado o efeito da restrição de calorias não proteicas (subalimentação permissiva), em comparação com a alimentação enteral padrão, em termos de mortalidade em 90 dias entre os adultos em estado crítico, com a manutenção da quantidade recomendada de proteína em ambos os grupos.

 

O Estudo

Este foi um ensaio clínico multicêntrico, realizado em sete centros, sendo que 894 adultos em estado crítico (internação clínica, cirúrgica ou por trauma) para subalimentação permissiva (40 a 60% das necessidades calóricas calculadas) ou alimentação enteral padrão (70 a 100%) por até 14 dias, mantendo consumo semelhante de proteína nos dois grupos. O desfecho primário foi mortalidade em 90 dias.

As características basais foram semelhantes nos dois grupos; 96,8% dos pacientes estavam recebendo ventilação mecânica. Durante o período de intervenção, o grupo subalimentação permissiva recebeu menos média (± SD) calorias do que o grupo de alimentação padrão (835 ± 297 kcal por dia vs. 1,299 ± 467 kcal por dia, P <0,001; 46 ± 14% vs. 71 ± 22% das necessidades calóricas, P <0,001). A ingestão de proteína foi semelhante nos dois grupos (57 ± 24g por dia e 59 ± 25g por dia, respectivamente; P = 0,29). A mortalidade de 90 dias foi semelhante: 121 de 445 pacientes (27,2%) no grupo subalimentação e 127 de 440 pacientes (28,9%) no grupo de padrão de alimentação morreram (risco relativo com subalimentação permissiva, 0,94; IC95%: 0,76-1,16; P = 0,58). Não ocorreram eventos adversos graves; não houve diferenças significativas entre os grupos com relação à intolerância alimentar, diarreia, infecções adquiridas na unidade de terapia intensiva (UTI), ou tempo de permanência hospitalar ou na UTI.

 

Aplicações Práticas

Este ensaio clínico multicêntrico demonstra claramente que uma condução mais restritiva de meta calórica em doentes críticos não apresenta desvantagens frente a uma meta calórica mais alta e tradicionalmente usada. Esse dado é extremamente interessante, pois dá margem a mais tranquilidade em termos de condução de casos que não atingiam suas metas calóricas diárias acima de 70% do prescrito.

 

 

Bibliografia

Arabi YM et al. Permissive Underfeeding or Standard Enteral Feeding in Critically Ill Adults. N Engl J Med May 20, 2015DOI: 10.1056/NEJMoa1502826.

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