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Orientação sobre uso de Maconha na Gestação

Autor:

Lucas Santos Zambon

Doutorado pela Disciplina de Emergências Clínicas Faculdade de Medicina da USP; Médico e Especialista em Clínica Médica pelo HC-FMUSP; Diretor Científico do Instituto Brasileiro para Segurança do Paciente (IBSP); Membro da Academia Brasileira de Medicina Hospitalar (ABMH); Assessor da Diretoria Médica do Hospital Samaritano de São Paulo.

Última revisão: 10/12/2015

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Contexto Clínico

O consumo de maconha no mundo é bastante grande segundo algumas estimativas. Em muitos países, ou estados norte-americanos, onde a droga é legalizada para uso pessoal, tem se aumentado a identificação de mulheres que reportam seu uso durante a gestação. Mas é importante saber qual a recomendação de especialistas a respeito do consumo desta droga, assim como se sabe qual a recomendação para tabaco e álcool durante a gravidez.

 

O Estudo

A maconha é a droga ilícita mais usada em gravidez, com uma prevalência de uso variando de 3% a 30% em várias populações. Ela atravessa livremente a placenta e é encontrada no leite materno. Ela pode ter efeitos adversos tanto nos resultados perinatais quanto  nos efeitos de neurodesenvolvimento fetal. Especificamente, a maconha pode ser associada com restrição de crescimento fetal, morte fetal e nascimento prematuro. No entanto, os dados estão longe de ser uniformes em relação a resultados perinatais adversos. Os estudos existentes têm fatores de confusão por uso de tabaco e outras exposições a drogas, bem como fatores sociodemográficos. Além disso, há uma falta de quantificação da exposição à maconha pelo trimestre da utilização e uma falta de comprovação do auto-relato sobre o consumo com amostras biológicas, que contribui para a heterogeneidade dos resultados dos estudos. Há um conjunto emergente de evidências indicando que a maconha pode causar problemas com o desenvolvimento neurológico, resultando em hiperatividade, função cognitiva pobre e mudanças nos receptores dopaminérgicos. Além disso, produtos contemporâneos de maconha têm maiores quantidades de delta-9-tetrahidrocanabinol do que na década de 1980, quando a maior parte das pesquisas com maconha foi feita. Os efeitos sobre a gravidez para o feto, por conseguinte, podem ser diferentes do que anteriormente visto.

 

Aplicações Práticas

Os dados são obviamente ainda sujeitos a vieses, porém a recomendação do American College of Obstetricians and Gynecologists é para que não se use maconha durante a gestação, dados os riscos para o feto, ou para o recém-nascido que foram já evidenciados por estudos prévios.

 

Bibliografia

Metz TD, Stickrath EH. Marijuana use in pregnancy and lactation: a review of the evidence. Am J Obstet Gynecol. 2015 May 15. pii: S0002-9378(15)00501-3.

 

ACOG Committee on Obstetric Practice.Committee opinion no. 637: Marijuana use during pregnancy and lactation. Obstet Gynecol 2015 Jun 22; [e-pub].

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