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Tempo para Administrar Epinefrina em PCR Pediátrica

Autor:

Lucas Santos Zambon

Doutorado pela Disciplina de Emergências Clínicas Faculdade de Medicina da USP; Médico e Especialista em Clínica Médica pelo HC-FMUSP; Diretor Científico do Instituto Brasileiro para Segurança do Paciente (IBSP); Membro da Academia Brasileira de Medicina Hospitalar (ABMH); Assessor da Diretoria Médica do Hospital Samaritano de São Paulo.

Última revisão: 14/12/2015

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Contexto Clínico

O atraso na administração da primeira dose de adrenalina está associado com redução da sobrevida em adultos que sofrem parada cardíaca não chocável. Não se sabe se o mesmo dado é válido para a população pediátrica hospitalar que sofre parada cardíaca.

 

O Estudo

Esse foi um estudo cujo objetivo foi determinar se tempo para a primeira dose de adrenalina está associado à modificação dos resultados em parada cardíaca pediátrica hospitalar.

Foi realizada uma análise dos dados  de registros de paradas cardíacas. Foram incluídos pacientes pediátricos (idade <18 anos) com uma parada cardíaca intra-hospitalar e um ritmo não chocável inicial que receberam pelo menos uma dose de adrenalina. Um total de 1.558 pacientes (idade média, nove meses [intervalo interquartil [IQR], 13 dias-5 anos]) foi incluído na coorte final.

O que foi avaliado foi o tempo para exposição à epinefrina, definido como o tempo em minutos entre o reconhecimento da perda de pulso até a primeira dose de epinefrina. O desfecho primário foi a sobrevivência até a alta hospitalar. Os desfechos secundários incluíram retorno da circulação espontânea (ROSC), sobrevivência em 24 horas e evolução neurológica. A evolução neurológica favorável foi definida como uma pontuação de 1 a 2 na escala Cerebral Performance Category Pediátrica.

Entre os 1.558 pacientes, 487 (31,3%) sobreviveram até a alta hospitalar. O tempo médio para a primeira dose de adrenalina foi de um minuto (IQR, 0-4; intervalo, 0-20; média [SD], 2,6 [3,4] minutos). Mais tempo para administração de epinefrina foi associado a menor risco de sobrevivência em análise multivariada (RR por minuto de atraso 0,95 [IC 95%, 0,93-0,98]). Mais tempo para administração de epinefrina também foi associado com diminuição do risco de ROSC (RR por minuto de atraso 0,97 [IC 95%, 0,96-0,99]), diminuição do risco de sobrevivência às 24 horas (RR por minuto de atraso 0,97 [IC 95%, 0,95-0,99]) e diminuição do risco de sobrevivência com evolução neurológica favorável (RR por minuto de 0,95 [IC 95%, 0,91-0,99]). Pacientes com tempo para administração de epinefrina de mais de cinco minutos (233/1558) em comparação com aqueles com tempo de epinefrina de cinco minutos ou menos (1325/1558) tiveram menor risco de sobrevivência intra-hospitalar (21,0% [49/233] vs 33,1% [438/1325]; RR  0,75 [IC95%, 0,60-0,93]; P = 0,01).

 

Aplicações Práticas

Por esse excelente estudo, podemos concluir que entre as crianças com parada cardíaca no hospital com um ritmo não chocável inicial que receberam epinefrina, o atraso na administração de adrenalina foi associado com a diminuição da chance de sobrevivência para alta hospitalar, ROSC, sobrevivência de 24 horas, e de sobrevivência até a alta hospitalar com um resultado neurológico favorável. Sendo assim, em PCR pediátrica, a administração de adrenalina deve ser uma prioridade no atendimento.

 

Referências

Andersen LW, Berg KM, Saindon BZ, et al. Time to Epinephrine and Survival After Pediatric In-Hospital Cardiac Arrest. JAMA. 2015;314(8):802-810. doi:10.1001/jama.2015.9678.

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