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Depressão não tratada em gestante impacta no bebê

Autor:

Lucas Santos Zambon

Doutorado pela Disciplina de Emergências Clínicas Faculdade de Medicina da USP; Médico e Especialista em Clínica Médica pelo HC-FMUSP; Diretor Científico do Instituto Brasileiro para Segurança do Paciente (IBSP); Membro da Academia Brasileira de Medicina Hospitalar (ABMH); Assessor da Diretoria Médica do Hospital Samaritano de São Paulo.

Última revisão: 11/08/2016

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Contexto Clínico

Apesar da prevalência de depressão pré-natal e o fato de que apenas um terço das mulheres grávidas com depressão considera aceitável tomar antidepressivos, o efeito da depressão não tratada nos resultados neonatais ainda precisa ser estudado. A seguir, uma metanálise cujo objetivo é entender o efeito da depressão não tratada nos resultados neonatais.

 

O Estudo

A pesquisa de dados foi feita no MEDLINE, EMBASE, PsycINFO, Cochrane Central Register of Controlled Trials e Web of Science. A busca foi realizada em julho de 2015. Foram incluídos estudos randomizados e não randomizados que examinaram resultados neonatais em mulheres com depressão recebendo tratamento farmacológico e não farmacológico em comparação com as mulheres sem depressão. Os principais resultados avaliados foram o parto prematuro antes de 37 semanas e antes de 32 semanas, bebês pequenos e grandes para a idade gestacional, baixo peso ao nascer e admissão à UTI neonatal.

Apenas 23 estudos preencheram os critérios de inclusão, todos observacionais, com um total de 25.663 mulheres. A depressão não tratada foi associada a risco significativamente aumentado de parto prematuro (OR 1,56; IC95% 1,25-1,94) e de baixo peso ao nascer (OR 1,96; IC95% 1,24-3,10), com uma tendência para maiores riscos de exposição à depressão mais grave. Embora as chances de parto prematuro mais que dobrassem em estudos que relatam conflitos de interesse (OR 2,50; IC95% 1,70-3,67), os estudos que não relatam tais conflitos ainda apresentaram resultados moderados (OR 1,34; IC95%, 1,08-1,66).

 

Aplicações Práticas

Esta revisão sistemática com metanálise demonstra claramente que há relação entre depressão não tratada na gestação com dois resultados perinatais chave, prematuridade e baixo peso ao nascer. Esses resultados são importantes para as mulheres grávidas e médicos para ter em conta no processo de tomada de decisões em torno de tratamento da depressão.

 

Referências

Jarde A et al. Neonatal outcomes in women with untreated antenatal depression compared with women without depression: A systematic review and meta-analysis. JAMA Psychiatry 2016 Jun 8; [e-pub].

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