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Desfechos em 1 Ano para Parada Cardíaca Extra-hospitalar Presenciada

Autor:

Lucas Santos Zambon

Doutorado pela Disciplina de Emergências Clínicas Faculdade de Medicina da USP; Médico e Especialista em Clínica Médica pelo HC-FMUSP; Diretor Científico do Instituto Brasileiro para Segurança do Paciente (IBSP); Membro da Academia Brasileira de Medicina Hospitalar (ABMH); Assessor da Diretoria Médica do Hospital Samaritano de São Paulo.

Última revisão: 14/11/2017

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Contexto Clínico

 

A cadeia de sobrevivência nas situações de parada cardíaca envolve diversas necessidades. Todavia, dois pontos importantes a serem considerados são o tempo para se iniciar a ressuscitação e o tempo de isquemia cerebral, os quais podem afetar os desfechos e o prognóstico do paciente. No ambiente extra-hospitalar, julga-se que seja determinante a presença de uma testemunha na hora da parada, o que levaria a uma identificação precoce e menor tempo de isquemia. Entretanto, o impacto real das paradas cardíacas extra-hospitalares presenciadas por testemunhas é pouco estudado.

 

O Estudo

 

Este foi um estudo observacional que utilizou dados nacionais sobre paradas cardíacas extra-hospitalares na Dinamarca quanto a dados de desfechos funcionais e riscos de danos cerebrais anóxicos ou internação em casa de repouso e de morte por qualquer causa em 1 ano entre os pacientes que sobreviveram até o dia 30 após uma parada cardíaca fora do hospital.

Os riscos foram analisados de acordo com a realização ou não no local de ressuscitação cardiopulmonar (RCP) ou a desfibrilação por testemunha, e foram avaliadas as mudanças temporais nas intervenções e nos resultados. Entre os 2.855 sobreviventes após 30 dias de uma parada cardíaca fora do hospital durante o período de 2001 a 2012, um total de 10,5% teve danos cerebrais ou foi admitido em uma casa de repouso e 9,7% morreram em até 1 ano.

Durante o período do estudo, entre 2.084 pacientes com parada cardíaca que não foram atendidos por pessoal de serviços médicos de emergência (EMS), a taxa de RCP observada aumentou de 66,7% para 80,6% (P <0,001), a taxa de desfibrilação subiu de 2,1% para 16,8% (P <0,001), a taxa de lesão cerebral ou internação diminuiu de 10,0% para 7,6% (P <0,001), e a mortalidade por todas as causas diminuiu de 18,0% para 7,9% (P = 0,002 ).

Em análises ajustadas, a realização de RCP foi associada a um risco de lesão cerebral ou de admissão em casa de repouso significativamente inferior ao relacionado à ausência de ressuscitação (risco 0,62; IC 95%, 0,47 a 0,82), bem como risco menor de morte por qualquer causa (hazard ratio [HR], 0,70; IC 95%, 0,50 a 0,99) e menor risco de pontuação final composta de lesão cerebral, admissão em casa de repouso ou morte (HR, 0,67; IC 95%, 0,53 a 0,84).

Os riscos desses resultados foram ainda mais baixos entre os doentes que receberam desfibrilação de testemunhas em comparação com nenhuma ressuscitação feita por testemunhas (admissão em casa de repouso ou morte - HR, 0,67; IC 95%, 0,53 a 0,84).

 

Aplicação Prática

 

Neste estudo, financiado pela Danish Heart Foundation, pode-se concluir que, ao longo do tempo, as taxas de RCP realizadas em paradas cardíacas extra-hospitalares cresceram com o tempo, o que parece ser atribuível ao fato de serem feitas mais RCP por testemunhas (e não exclusivamente pelo serviço médico de emergência).

Isso teria impactado nos desfechos clínicos estudados, incluindo menor chance de danos cerebrais ou de admissão em casa de repouso ou de morte por qualquer causa ? ocorrendo com menos frequência do que em casos em que não foi feita qualquer ressuscitação por testemunhas.

 

 

Bibliografia

 

Kragholm K et al. Bystander Efforts and 1-Year Outcomes in Out-of-Hospital Cardiac Arrest. N Engl J Med 2017; 376:1737-1747.

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