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Desfechos Renais e Cardiovasculares com Empagliflozina em Insuficiência Cardíaca

Autor:

Lucas Santos Zambon

Doutorado pela Disciplina de Emergências Clínicas Faculdade de Medicina da USP; Médico e Especialista em Clínica Médica pelo HC-FMUSP; Diretor Científico do Instituto Brasileiro para Segurança do Paciente (IBSP); Membro da Academia Brasileira de Medicina Hospitalar (ABMH); Assessor da Diretoria Médica do Hospital Samaritano de São Paulo.

Última revisão: 17/12/2020

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Contexto Clínico

 

Em pacientes com diabetes tipo 2, osinibidores do cotransportador sódio-glicose 2 (SGLT2) reduzem o risco dehospitalização por insuficiência cardíaca e o risco de eventos renais adversosgraves, benefícios que não são observados com outros medicamentosanti-hiperglicêmicos. Em ensaios clínicos randomizados e controlados porplacebo em grande escala, o risco de hospitalização por insuficiência cardíacafoi de 30 a 35% menor entre os pacientes que receberam inibidores de SGLT2 doque entre aqueles que receberam placebo; esse benefício foi mais notável empacientes que tinham fração de ejeção ventricular esquerda de 30% ou menosantes do tratamento. Além disso, o risco de progressão da doença renal(incluindo a ocorrência de morte renal ou a necessidade de diálise outransplante renal) foi de 35 a 50% menor entre os pacientes que receberaminibidores de SGLT2 do que entre aqueles que receberam placebo. Mais evidênciassão necessárias sobre os efeitos dessas drogas em pacientes com amplo espectrode insuficiência cardíaca, incluindo aqueles com fração de ejeção evidentementereduzida.

 

O Estudo

 

Apresentamosum ensaio clínico duplo-cego no qual 3.730 pacientes com insuficiência cardíacaclasse II, III ou IV e fração de ejeção de 40% ou menos foram randomizados parareceber empagliflozina (10 mg uma vez ao dia) ou placebo, além da terapiarecomendada. O desfecho primário foi um composto de morte cardiovascular ouhospitalização por agravamento da insuficiência cardíaca.

Durante umamediana de 16 meses, um evento de desfecho primário ocorreu em 361 de 1.863pacientes (19,4%) no grupo de empagliflozina e em 462 de 1.867 pacientes(24,7%) no grupo de placebo (razão de risco para morte cardiovascular ouhospitalização por insuficiência cardíaca, 0,75; IC 95%, 0,65 a 0,86; P < 0,001).O efeito da empagliflozina no desfecho primário foi consistente em pacientesindependentemente da presença ou ausência de diabetes. O número total dehospitalizações por insuficiência cardíaca foi menor no grupo da empagliflozinado que no grupo do placebo (razão de risco, 0,70; IC de 95%, 0,58 a 0,85; P< 0,001). A taxa anual de declínio na taxa de filtração glomerular estimadafoi mais lenta no grupo da empagliflozina do que no grupo do placebo (-0,55 vs.-2,28 mL por minuto por 1,73 m2 de área de superfície corporal porano, P < 0,001), e os pacientes tratados tiveram risco menor de resultadosrenais graves. Infecção não complicada do trato genital foi relatada com maiorfrequência com a empagliflozina.

 

Aplicação Prática

 

Neste ensaioclínico com pacientes que receberam terapia recomendada para insuficiênciacardíaca, aqueles no grupo da empagliflozina tiveram risco menor de mortecardiovascular ou hospitalização por insuficiência cardíaca do que aqueles nogrupo do placebo, independentemente da presença ou ausência de diabetes. Doponto de vista de segurança, eventos como hipotensão, depleção de volume,disfunção renal, bradicardia e hipercalemia não foram evidentes com aempagliflozina. Com isso, aumentam as evidências que favorecem o uso dessemedicamento.

 

Bibliografia

 

1.            Packer M et al. Cardiovascular and RenalOutcomes with Empagliflozin in Heart Failure. N Engl J Med 2020; 383:1413-1424. 

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