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Aneurisma de Artéria Ilíaca

Autor:

Lucas Santos Zambon

Doutorado pela Disciplina de Emergências Clínicas Faculdade de Medicina da USP; Médico e Especialista em Clínica Médica pelo HC-FMUSP; Diretor Científico do Instituto Brasileiro para Segurança do Paciente (IBSP); Membro da Academia Brasileira de Medicina Hospitalar (ABMH); Assessor da Diretoria Médica do Hospital Samaritano de São Paulo.

Última revisão: 10/09/2015

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Quadro Clínico

Paciente masculino, 78 anos, hipertenso e tabagista, em consulta de rotina com seu clínico geral, reclamou de dor abdominal pouco característica. Durante o exame físico o clínico sentiu uma massa pulsátil em fossa ilíaca esquerda, o que o motivou a solicitar uma tomografia de abdômen e da pelve para o paciente. Podemos ver um corte na imagem 1.

 

Imagem 1 – Tomografia computadorizada da região pélvica

 

Diagnóstico e Discussão

O laudo do exame trouxe a seguinte descrição:

 Aneurisma fusiforme da artéria ilíaca interna esquerda que se estende por toda sua extensão. O diâmetro máximo do saco aneurismático é de 5,2cm.

Aneurisma fusiforme da artéria ilíaca interna direita que se inicia a 2,6 cm da origem e se estende por 2,0cm. O diâmetro máximo do saco aneurismático é de 2,3cm.

 Ou seja, tratava-se de aneurisma de artérias ilíacas, sendo que havia um destaque para o aneurisma do lado esquerdo, de grandes proporções, com 5,2 cm no seu maior diâmetro.

Aneurismas de artérias ilíacas podem até ocorrer de forma isolada, mas é mais comum encontrá-los dentro de um contexto de doença aneurismática de outros vasos, principalmente a aorta. A incidência de aneurisma de artéria ilíaca na população é bastante baixa, em torno de 0,03%, e corresponde a 0,4-1,9% de todos os casos de aneurismas arteriais. Do ponto de vista de localização, 70% dos aneurismas de artéria ilíaca ocorrem em sua porção comum, e um terço dos casos ocorre de forma bilateral, assim como no caso apresentado. Por isso mesmo é incomum encontrar aneurisma de artéria ilíaca de forma isolada.

Assim como nesse caso, o diagnóstico é mais comum em exames de rotina ou investigativos. Sintomas são raros, e são mais associadas à compressão extrínseca de estruturas vizinhas quando o aneurisma é bastante grande. E assim como no aneurisma de aorta, seu tamanho é diretamente proporcional à chance de rompimento. Outra complicação é a formação de trombos que podem embolizar levando à isquemia aguda de membro inferior. Os fatores de risco para degeneração e complicação destes aneurismas são similares àqueles para doença aneurismática de vasos maiores como de aorta e poplítea. São os principais: sexo masculino, raça branca, idade avançada, tabagismo e hipertensão.

Pacientes  sintomáticas sempre devem ser referenciados para um cirurgião vascular. Já nos casos assintomáticos, pode ocorrer uma avaliação mais detalhada, investigando outros aneurismas contíguos, avaliando e tratando fatores de risco modificáveis.

Assim como em outras artérias, o aneurisma de ilíaca é definido por uma dilatação focal da artéria com um diâmetro que é pelo menos 50% maior que o diâmetro normal do vaso. Em homens a artéria ilíaca comum tem em torno de 1,2 ± 0,2 cm, e em mulheres tem 1,0 ± 0,2 cm. A artéria ilíaca interna em ambos os sexos tem média de 0,54 ± 0,15 cm. Sendo assim, considera-se um aneurisma de ilíaca comum se >1,85 cm para homens e >1,5 cm para mulheres, e aneurisma de artéria ilíaca interna se > 0,8cm.

 

Bibliografia

Richardson JW, Greenfield LJ. Natural history and management of iliac aneurysms. J Vasc Surg 1988; 8:165.

 

Sandhu RS, Pipinos II. Isolated iliac artery aneurysms. Semin Vasc Surg 2005; 18:209.

 

Johnston KW, Rutherford RB, Tilson MD, et al. Suggested standards for reporting on arterial aneurysms. Subcommittee on Reporting Standards for Arterial Aneurysms, Ad Hoc Committee on Reporting Standards, Society for Vascular Surgery and North American Chapter, International Society for Cardiovascular Surgery. J Vasc Surg 1991; 13:452.

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