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Próstata Aumentada

Autor:

Lucas Santos Zambon

Doutorado pela Disciplina de Emergências Clínicas Faculdade de Medicina da USP; Médico e Especialista em Clínica Médica pelo HC-FMUSP; Diretor Científico do Instituto Brasileiro para Segurança do Paciente (IBSP); Membro da Academia Brasileira de Medicina Hospitalar (ABMH); Assessor da Diretoria Médica do Hospital Samaritano de São Paulo.

Última revisão: 28/09/2015

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Quadro Clínico

Um homem de 69 anos, portador de hipertensão arterial sistêmica controlada com clortalidona e losartana, conversa com seu médico a respeito da dificuldade miccional que vem tendo há meses e que vem piorando, além do aumento de frequência de idas ao banheiro para urinar. O médico resolve fazer um exame de imagem, e pede um ultrassom de abdômen total, com ênfase no sistema urinário. Podemos ver a próstata deste paciente nas imagens 1 e 2.

 

Imagem 1 – Ultrassom de próstata

  

 

Imagem 2 – Ultrassom de próstata

  

 

Diagnóstico e Discussão

O laudo do exame trouxe a descrição de:

Próstata globosa e contornos lobulados determinando abaulamento do assoalho vesical caracterizado por IPP de 1,6 cm.

Dimensões: 5,5 x 5,4 x 4,1 cm. Peso estimado em 66,7 g mostrando próstata de dimensões aumentadas.

 

O paciente posteriormente ficou diagnosticado como tendo Hiperplasia Prostática Benigna (HPB). A HPB é uma doença comum que aumenta em frequência progressiva após os 50 anos em homens.

Sua manifestação clínica se dá por sintomas de trato urinário baixo. É característico que o paciente tenha aumento da frequência urinária, noctúria, hesitação, urgência e jato urinário fraco. A evolução destes sintomas é bastante insidiosa e a progressão pode durar anos. O problema é que estes sintomas não são nem sensíveis nem específicos para HPB, sendo necessário garantir o diagnóstico com mais do que um exame de toque retal associado a ultrassom de próstata.

 

O diferencial diagnóstico para estes casos deve incluir:

Estenose uretral

Contratura vesical

Carcinoma de próstata

Carcinoma de bexiga

Cálculo vesical

Infecção de trato urinário e prostatite

Bexiga neurogênica

 

Alguns dados da história do paciente devem ser considerados para fazer o diferencial. Por exemplo, verificar se há história de diabetes tipo 2, que por si só é causa de noctúria e é fator de risco para HPB. Verificar também sintomas neurológicos que possam estar associados a bexiga neurogênica. Disfunção sexual está correlacionada com sintomas de trato urinário baixo. Hematúria macroscópica pode sugerir cálculos ou câncer de bexiga, este último principalmente em tabagistas. Verificar também história de trauma de uretra, uretrite ou qualquer manipulação de uretra prévia que possa predispor a estenose da mesma. É importante também checar a história familiar de HPB e câncer de próstata, e uso de medicações que podem alterar a função vesical como drogas anticolinérgicas ou simpatomiméticas.

Para complementar a pesquisa inicial, bastam alguns exames básicos como urina 1 e PSA.  A urina 1 pode ajudar a detectar infecções ou sangue, este último podendo ser pista para cálculos ou tumores. O PSA tem papel principalmente por conta do diferencial com câncer de próstata, a despeito da presença de sintomas não ser preditivo de câncer. O PSA vai ajudar a diferenciar casos que já têm a hipótese de HPB mais bem consolidada.

 

Bibliografia

Barry, MJ, Fowler, FJ Jr, O'Leary, MP, et al. The American Urological Association Symptom Index for Benign Prostatic Hyperplasia. J Urol 1992; 148:1549

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