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Aftas Orais

Autor:

Lucas Santos Zambon

Doutorado pela Disciplina de Emergências Clínicas Faculdade de Medicina da USP; Médico e Especialista em Clínica Médica pelo HC-FMUSP; Diretor Científico do Instituto Brasileiro para Segurança do Paciente (IBSP); Membro da Academia Brasileira de Medicina Hospitalar (ABMH); Assessor da Diretoria Médica do Hospital Samaritano de São Paulo.

Última revisão: 31/03/2017

Comentários de assinantes: 2

Quadro Clínico

Paciente do sexo feminino, 17 anos de idade, queixa-se de recorrentes aftas na mucosa da cavidade oral. Nunca realizou tratamentos medicamentosos prolongados, nem precisou de internações ou cirurgias; possui hábitos de vida absolutamente normais e sem antecedentes mórbidos familiares dignos de nota. Na Figura 1, pode-se visualizar a cavidade oral da paciente.

 

              Figura 1 Cavidade oral da paciente.

 

 Discussão

Trata-se de um quadro de úlceras orais (as populares aftas), as quais se caracterizam por serem dolorosas e aparecerem como úlceras localizadas, rasas, redondas a ovais, com base acinzentada. A estomatite aftosa recorrente (EAR) é a causa mais comum das úlceras orais, podendo ser vista em pacientes com doença celíaca e doença inflamatória intestinal e em indivíduos com infecção pelo vírus da imunodeficiência adquirida (HIV).

Entre os fatores que predispõem ao desenvolvimento de EAR, estão: tendência familiar, trauma, fatores hormonais e estresse emocional. A deficiência de vitaminas e minerais também tem sido constatada na patogênese de aftas orais recorrentes, particularmente a deficiência da vitamina B12.

A apresentação mais comum de EAR é a presença de úlceras redondas, claramente definidas, pequenas e dolorosas, que cicatrizam em 10 a 14 dias sem deixar marcas. Algumas pessoas têm apenas dois a quatro surtos por ano, enquanto outros pacientes podem ter lesões quase que contínuas. As lesões ocorrem mais comumente na infância e na adolescência, sendo menos frequentes na idade adulta.

O tratamento mais comum para as úlceras orais inclui alívio sintomático com agentes como triancinolona em orabase, gel de fluocinonida e analgésicos tópicos. Esses agentes devem ser aplicados nas úlceras 2 a 4 vezes por dia até que as lesões estejam curadas.

Dentre os diagnósticos diferenciais importantes a serem lembrados, estão:

· a síndrome de Behçet (desordem inflamatória neutrofílica, que apresenta úlceras recorrentes orais e genitais);

· a aftose complexa (ocorrência de úlceras orais recorrentes grandes em conjunto com lesões genitais na ausência de outros critérios para a síndrome de Behçet);

· a formação de úlceras cutâneas e em mucosas, estimulada pelo medicamento nicorandil, um ativador de canais de potássio utilizado no tratamento da angina sendo esse diagnóstico ainda mais raro.

           

                 Bibliografia  

1. Ship JA. Recurrent aphthous stomatitis. An update. Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral Radiol Endod 1996; 81:141.

2. Bratel J, Hakeberg M. Anamnestic findings from patients with recurrent aphthous stomatitis. Swed Dent J 2014; 38:143. 

Comentários

Por: Atendimento MedicinaNET em 23/03/2017 às 09:06:33

"Bom dia, Dr. Marcelo, Agradecemos o seu comentário, suas considerações são muito importantes para nós. Atenciosamente, os Editores."

Por: Marcelo Antonio em 22/03/2017 às 14:19:34

"Faço ainda mais 3 considerações: 1- "Afta" que não dói, não é afta. Pode ser TU. E se não desaparece em até 2 semanas, pode se tratar de uma afta de Sutton. 2- recorrência existe também nos pacientes com refluxo laringo-faríngeo, em que a acidez na cavidade oral predomina e favorece mínimos e usuais traumas se tornarem aftas. Pacientes referem queda da recorrência aftosa com a normalização do pH oral 3- Sindrome PFAPA deve ser considerada (exceto pelos autores que não consideram tal síndrome) em pacientes menores, com febre periódica, aftas, faringite e adenite."

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