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Hematoma Subdural

Autor:

Lucas Santos Zambon

Doutorado pela Disciplina de Emergências Clínicas Faculdade de Medicina da USP; Médico e Especialista em Clínica Médica pelo HC-FMUSP; Diretor Científico do Instituto Brasileiro para Segurança do Paciente (IBSP); Membro da Academia Brasileira de Medicina Hospitalar (ABMH); Assessor da Diretoria Médica do Hospital Samaritano de São Paulo.

Última revisão: 13/10/2017

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Paciente do sexo masculino, com 67 anos de idade, portador de hipertensão em uso irregular de medicações, teve queda da própria altura em casa ao escorregar no banheiro durante o banho. Chega ao pronto-socorro desorientado e sonolento, estável hemodinamicamente. É avaliado quanto ao ABCD do trauma. Após averiguar que estava estável, foi levado à tomografia computadorizada (TC), cujo achado principal está na Figura 1.

 

 

TC: tomografia computadorizada.

Figura 1 - Detalhe da TC.

 

 

Discussão

 

Esse achado é de um hematoma subdural já apresentando desvio de linha média. O hematoma subdural e o hematoma peridural são caracterizados por hemorragia nos espaços que rodeiam o cérebro. Os hematomas subdurais se formam entre a dura-máter e as membranas aracnoides. Os hematomas epidurais surgem no espaço potencial entre a dura e o crânio.

Os pacientes com atrofia cerebral significativa apresentam alto risco de hematoma subdural. Essa categoria inclui os idosos, aqueles com história de abuso de álcool crônico e aqueles com lesão cerebral traumática anterior. Em tais pacientes, um trauma trivial da cabeça, ou mesmo a lesão tipo “chicote” puro na ausência de impacto físico, pode produzir um hematoma subdural.

O risco de hematoma subdural está bastante associado ao coeficiente internacional normatizado (INR) >4,0. O hematoma subdural espontâneo refere-se à hemorragia na ausência de fatores provocadores, como atrofia cerebral difusa, traumatismo craniano ou anticoagulação, e corresponde a menos de 3% dos casos. Tais hemorragias podem ocorrer devido à ruptura de um ramo cortical da artéria cerebral média.

Além disso, o hematoma subdural acompanha 0,5 a 7,9% das hemorragias subaracnoideias aneurismáticas; pode também ocorrer por sangramento devido a outros distúrbios subjacentes como malformação arteriovenosa, meningioma, metástases na dura-máter e coagulopatias.

O coma está presente desde o momento da lesão em, aproximadamente, 50% dos casos agudos de hematoma subdural. No entanto, até 38% dos pacientes têm um “intervalo lúcido” transitório seguido por um declínio neurológico progressivo até chegar ao coma. O hematoma subdural crônico pode apresentar o início insidioso com dores de cabeça, alterações de sensibilidade, deficiência cognitiva, apatia, sonolência e, ocasionalmente, convulsões.

 

Bibliografia

 

1.         Victor M, Ropper A. Craniocerebral trauma. In: Adams and Victor's Principles of Neurology, 7th ed, Victor M, Ropper A. (Eds), McGraw-Hill, New York 2001. p.925.

2.         Haselsberger K, Pucher R, Auer LM. Prognosis after acute subdural or epidural haemorrhage. Acta Neurochir (Wien) 1988; 90:111.

3.         Gennarelli TA, Thibault LE. Biomechanics of acute subdural hematoma. J Trauma 1982; 22:680.

4.         Besenski N. Traumatic injuries: imaging of head injuries. Eur Radiol 2002; 12:1237.

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