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criptococose

Última revisão: 19/01/2011

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Reproduzido de:

DOENÇAS INFECCIOSAS E PARASITÁRIAS – GUIA DE BOLSO – 8ª edição revista [Link Livre para o Documento Original]

MINISTÉRIO DA SAÚDE

Secretaria de Vigilância em Saúde

Departamento de Vigilância Epidemiológica

8ª edição revista

BRASÍLIA / DF – 2010

 

Criptococose

 

CID 10: B45

 

ASPECTOS CLÍNICOS E EPIDEMIOLÓGICOS

 

Descrição

Infecção fúngica que apresenta duas formas: cutânea e sistêmica. A forma cutânea aparece em 10% a 15% dos casos (na maioria das vezes, precede a doença sistêmica) e é caracterizada por manifestações de lesões acneiformes, rash cutâneo, ulcerações ou massas subcutâneas que simulam tumores. A forma sistêmica, frequentemente, aparece como uma meningite subaguda ou crônica, caracterizada por febre, fraqueza, dor no peito, rigidez de nuca, dor de cabeça, náusea e vômito, sudorese noturna, confusão mental e alterações de visão. Pode haver comprometimento ocular, pulmonar, ósseo e, as vezes, da próstata.

 

Sinonímia

Torulose, blastomicose europeia.

 

Agente Etiológico

Um fungo, o Cryptococcus neoformans, nas variedades neoformans (sorotipo A e D) e gatti (sorotipo B e C). O C. neoformans, variação neoformans sorotipo A, é responsável por mais de 90% das infecções nos pacientes com aids no Brasil, enquanto a variedade gatti acomete, principalmente, indivíduos sem imunossupressão aparente.

 

Reservatório

Fungo saprófita que vive no solo, em frutas secas e cereais e nas árvores; e isolado nos excrementos de aves, principalmente pombos.

 

Modo de Incubação

Desconhecido. O comprometimento pulmonar pode anteceder, em anos, ao acometimento cerebral.

 

Período de Transmissibilidade

Não há transmissão homem a homem, nem de animais ao homem.

 

Complicações

O fungo pode viver como saprófita na árvore brônquica, podendo expressar-se clinicamente na vigência de imunodeficiência. Cerca de 5 a 10% dos pacientes com aids são acometidos por essa micose. A meningite causada pelo Cryptococcus, se não tratada a tempo, pode causar a morte.

 

Diagnóstico

O diagnóstico é clínico e laboratorial e a confirmação e feita com a evidenciação do criptococo pelo uso de “tinta da China” (nankin), que torna visíveis formas encapsuladas e em gemulação em materiais clínicos. Essa técnica é a consagrada para o diagnóstico das meningites criptocócicas (exame do LCR). Pode-se isolar o criptococo, também, na urina ou no pus, em meio de agar-Sabouraud. A sorologia, no LCR e no soro, e a histopatologia podem ser úteis. A radiografia de tórax pode ajudar no diagnóstico, podendo ou não ser usada para confirmar a doença, demonstrando danos pulmonares, revelando massa única ou nódulos múltiplos distintos.

 

Diagnóstico Diferencial

Toxoplasmose, tuberculose, meningoencefalites, sífilis, sarcoidose, histoplasmose e linfomas.

 

Tratamento

A escolha da droga vai depender da forma clínica. Na Criptococose disseminada, o esquema terapêutico de primeira escolha e Anfotericina B, na dose de 1 mg/kg/dose, IV, não ultrapassar 50 mg/dia, durante 6 semanas, com todos os cuidados que envolvem o seu uso. Em caso de toxicidade a Anfotericina B, Desoxicolato, está indicado o uso da formulação lipídica, na dose de 3 a 5 mg/kg/dia. O Fluconazol é também recomendado, na fase de consolidação, na dose de 200 a 400 mg/dia, VO ou EV, por aproximadamente 6 semanas, ou associado a Anfotericina B, até a negativação das culturas. Nas formas exclusivamente pulmonares ou com sintomas leves, esta indicado o uso do Fluconazol, na dose de 200 mg/dia, por 6 meses a 12 meses, ou Itraconazol, 200 mg/dia, durante 6 a 12 meses.

 

Características Epidemiológicas

Doenca cosmopolita, de ocorrência esporádica. Geralmente, acomete adultos e é duas vezes mais frequente no gênero masculino. A infecção pode ocorrer em animais (gatos, cavalos, vacas). A suscetibilidade é geral, mas parece que a raça humana apresenta uma notável resistência. A suscetibilidade aumenta com o uso prolongado de corticosteroide, na vigência de aids, Hodgkin e sarcoidose.

 

VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA

Objetivos

Diagnosticar e tratar adequadamente todos os casos, devendo atentar para o fato de que a Criptococose, geralmente, esta associada a imunossupressão, servindo de evento sentinela para a busca de sua associação com fatores imunossupressores (linfomas, leucemias, uso prolongado de corticosteroides, aids, transplantes e desnutrição severa).

 

Notificação

Não é doença de notificação compulsória. A investigação deve buscar sua associação a imunodeficiência, bem como implantar as medidas de controle disponíveis.

 

MEDIDAS DE CONTROLE

Até o momento, não existem medidas preventivas específicas, a não ser atividades educativas com relação ao risco de infecção. Medidas de controle de proliferação de pombos devem ser implementadas. Assim, nas áreas com grande numero de pombos, deve-se diminuir a disponibilidade de alimento, agua e, principalmente, abrigos, visando reduzir a população. Os locais com acúmulo de fezes devem ser umidificados para que os fungos possam ser removidos com segurança, evitando a dispersão por aerossóis. Não há necessidade de isolamento dos doentes. As medidas de desinfecção de secreção e fômites devem ser as de uso hospitalar rotineiro.

 

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