Editorial MedicinaNET - Novembro - 2015

Outubro Rosa e Novembro Azul

A Organização Mundial da Saúde projeta que até 2030 as neoplasias irão ultrapassar as causas cardiovasculares em termos de mortalidade no mundo. Se por um lado isso significa que possíveis questões ligadas ao controle de doenças não notificáveis (hipertensão, diabetes) estarão  possivelmente melhores, por outro teremos um desafio ainda maior, que é o do crescimento do câncer na população.

As atuais campanhas do Outubro Rosa e do Novembro Azul, uma voltada para o câncer de mama em mulheres,  outra para câncer de próstata em homens, são uma luz de atitude em uma escuridão de horizonte. É fato que a base científica para prevenção de câncer de mama é muito superior ao respaldo que há para rastreamento de câncer de próstata, mas podemos pensar que ainda são atitudes pequenas frente à magnitude do problema.

Essa não é uma crítica aos movimentos, pelo contrário. Talvez sejam as únicas manifestações estruturadas que temos. O que assusta é que ainda muito pouco está sendo feito populacionalmente diante dos cânceres em geral.

Pelo menos, a sociedade, em alguns momentos, de maneira torta, mas adequada no direcionamento, busca alternativas por si só, como alimentação orgânica, mudança do comportamento “workaholic” de gerações passadas para buscar mais qualidade de vida. É bem por aí. Mudanças de hábitos e ritmo de vida parecem ser o princípio do sucesso, mas no mundo moderno observa-se que poucos têm conseguido frear e agir em pról da própria saúde. Sem incentivo governamental e não governamental, isso não ocorrerá. E 2030 está logo aí.

Os Editores.