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Doenças Diarréicas Agudas

Última revisão: 30/01/2011

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Reproduzido de:

DOENÇAS INFECCIOSAS E PARASITÁRIAS – GUIA DE BOLSO – 8ª edição revista [Link Livre para o Documento Original]

MINISTÉRIO DA SAÚDE

Secretaria de Vigilância em Saúde

Departamento de Vigilância Epidemiológica

8ª edição revista

BRASÍLIA / DF – 2010

 

Doenças Diarreicas Agudas

 

CID 10: A00 a A09

 

ASPECTOS CLÍNICOS E EPIDEMIOLÓGICOS

Descrição

Síndrome causada por vários agentes etiológicos (bactérias, vírus e parasitas), cuja manifestação predominante é o aumento do numero de evacuações, com fezes aquosas ou de pouca consistência. Com frequência, é acompanhada de vômito, febre e dor abdominal. Em alguns casos, há presença de muco e sangue. No geral, é autolimitada, com duração entre 2 a 14 dias. As formas variam desde leves ate graves, com desidratação e distúrbios eletrolíticos, principalmente quando associadas à desnutrição. Dependendo do agente, as manifestações podem ser decorrentes de mecanismo secretório provocado por toxinas ou pela colonização e multiplicação do agente na parede intestinal, levando a lesão epitelial e, ate mesmo, a bacteriemia ou septicemia. Alguns agentes podem produzir toxinas e, ao mesmo tempo, invasão e ulceração do epitélio. Os vírus produzem diarreia autolimitada, só havendo complicações quando o estado nutricional esta comprometido. Os parasitas podem ser encontrados isolados ou associados (poliparasitismo) e a manifestação diarreica pode ser aguda, intermitente ou não ocorrer.

 

Agentes Etiológicos

Bactérias Staphylococcus aureus, Campylobacter jejuni, Escherichia coli enterotoxigênica, Escherichia coli enteropatogênica, Escherichia coli enteroinvasiva, Escherichia coli êntero-hemorrágica, salmonelas, Shigella dysenteriae, Yersinia enterocolítica, Vibrio cholerae e outras.

Vírus – Astrovírus, calicivírus, adenovírus entérico, norovírus, rotavírus grupos A, B e C e outros.

Parasitas – Entamoeba histolytica, Cryptosporidium, Balantidium coli, Giardia lamblia, Isospora belli e outras.

 

Reservatório, Modo de Transmissão, Período de Incubação e Transmissibilidade

Específicos para cada agente etiológico.

 

Complicações

Em geral, são decorrentes da desidratação e do desequilíbrio hidroeletrolítico. Quando não tratadas adequada e precocemente, podem levar a óbito. Nos casos crônicos ou com episódios repetidos, acarretam desnutrição crônica, com retardo do desenvolvimento estatoponderal.

 

Diagnóstico

Laboratorial, por exames parasitológicos de fezes e culturas de bactérias e vírus ou diagnostico clinico-epidemiológico.

 

Diagnóstico Diferencial

Em geral, realizado entre os agentes causadores das diarreias, através de exames específicos. Quando ocorrem vários casos associados entre si (surto), para o diagnostico etiológico de um ou mais casos ou da fonte de infecção, utiliza-se também o critério clinico-epidemiológico.

 

Tratamento

A terapêutica indicada é a hidratação oral, através do sal de reidratação oral (SRO), que simplificou o tratamento e vem contribuindo significativamente para a diminuição da mortalidade por diarreias. O esquema de tratamento independe do diagnostico etiológico, já que o objetivo da terapêutica é reidratar ou evitar a desidratação.

O esquema terapêutico não é rígido, administrando-se líquidos e o SRO de acordo com as perdas. Se houver sinais e sintomas de desidratação, administrar soro de reidratação oral, de acordo com a sede. Inicialmente, a criança de ate 12 meses deve receber de 50 a 100 ml e aquelas acima de 12 meses, 100 a 200 ml. Apos a avaliação, recomenda-se o aumento da ingestão de líquidos como soro caseiro, sopas e sucos não laxantes. Manter a alimentação habitual, em especial o leite materno, e corrigir eventuais erros alimentares. Persistindo os sinais e sintomas de desidratação e se o paciente vomitar, deve-se reduzir o volume e aumentar a frequência da administração. Manter a criança na unidade de saúde ate a reidratação. O uso de sonda nasogástrica (SNG) é indicado apenas em casos de perda de peso apos as duas primeiras horas de tratamento oral, com vômitos persistentes, distensão abdominal e ruídos hidroaéreos presentes ou dificuldade de ingestão. Nesses casos, administrar 20 a 30 ml/kg/hora de SRO. A hidratação parenteral só é indicada quando houver alteração da consciência, vômitos persistentes, mesmo com uso de sonda nasogástrica, presença de íleo paralitico e nos casos em que a criança não ganha ou perde peso com a hidratação por SNG. Os antimicrobianos devem ser utilizados apenas na disenteria e casos graves de Cólera (vide capítulo específico). Quando há identificação de trofozoítos de G. lamblia (15mg/kg/dia) ou E. hystolitica (30mg/kg/dia) é recomendado o Metronidazol, dividido em 3 doses, por 5 dias.

 

Características Epidemiológicas

Importante causa de morbimortalidade no Brasil e em países subdesenvolvidos. Tem incidência elevada e os episódios são frequentes na infância, particularmente em áreas com precárias condições de saneamento. O SRO diminui a letalidade por essas doenças, mas a morbidade ainda é importante causa de desnutrição e do retardo de crescimento.

 

VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA

Objetivos

Monitorar a incidência das diarreias, visando atuar em situações de surtos, e manter contínuas atividades de educação em saúde com o proposito de diminuir sua incidência e letalidade.

 

Notificação

Não é doença de notificação compulsória, em virtude de sua elevada frequência. A vigilância é feita pela monitorização das Doenças Diarreicas Agudas, que consiste no registro de dados mínimos dos doentes (residência, idade, plano de tratamento) em unidades de saúde.

 

Definição de Caso

Individuo que apresentar fezes cuja consistência revele aumento do conteúdo líquido (pastosas, aquosas), com maior número de dejeções diárias e duração inferior a 2 semanas.

 

MEDIDAS DE CONTROLE

Melhoria da qualidade da agua, destino adequado de lixo e dejetos, controle de vetores, higiene pessoal e alimentar. Educação em saúde, particularmente em áreas de elevada incidência. Locais de uso coletivo, tais como escolas, creches, hospitais, penitenciarias, que podem apresentar riscos maximizados quando as condições sanitárias não são adequadas, devem ser alvo de orientações e campanhas específicas. Ocorrências em crianças de creches devem ser seguidas de precauções entéricas, além de reforçadas as orientações às manipuladoras e às mães. Considerando a importância das causas alimentares nas diarreias das crianças pequenas, é fundamental o incentivo a prorrogação do tempo de aleitamento materno, comprovadamente uma pratica que confere elevada proteção a esse grupo populacional.

 

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