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Tratamento Clínico para Expulsão de Cálculos Ureterais

Autor:

Lucas Santos Zambon

Doutorado pela Disciplina de Emergências Clínicas Faculdade de Medicina da USP; Médico e Especialista em Clínica Médica pelo HC-FMUSP; Diretor Científico do Instituto Brasileiro para Segurança do Paciente (IBSP); Membro da Academia Brasileira de Medicina Hospitalar (ABMH); Assessor da Diretoria Médica do Hospital Samaritano de São Paulo.

Última revisão: 14/09/2015

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Contexto Clínico

Diretrizes internacionais de para manejo de urolitíase sugerem o uso de relaxantes da musculatura lisa (tamsulosina, nifedipina) para facilitar a expulsão de cálculos ureterais onde está indicado o tratamento clínico. Uma diretriz que tem esta recomendação é a European Association of Urology Urolithiasis Guideline 2015.

 

O Estudo

Este foi um estudo multicêntrico, randomizado, controlado por placebo, duplo-cego, que recrutou adultos (com idade entre 18-65 anos) submetidos à conduta expectante para uma única pedra ureteral identificada por Tomografia em 24 hospitais do Reino Unido. Os participantes foram distribuídos aleatoriamente por um sistema de randomização remoto para receber tamsulosina 400 mg, nifedipina 30 mg, ou placebo, com tomada diária por até quatro semanas. O desfecho primário avaliado foi a proporção de participantes que não precisaram de intervenção adicional para remoção de pedras dentro de quatro semanas da randomização.

Entre 11 de janeiro de 2011 e 20 de dezembro de 2013, foram randomizados 1.167 participantes, 1.136 (97%) dos quais foram incluídos na análise primária (17 foram excluídos por causa de inelegibilidade e 14 participantes foram perdidos para follow-up). 303 (80%) de 379 participantes no grupo do placebo não tiveram necessidade de mais intervenção após quatro semanas, em comparação com 307 (81%) de 378 no grupo de tansulosina (diferença de risco ajustado 1,3%; p = 0,73) e 304 (80%) de 379 no grupo de nifedipina (diferença de risco ajustado: 0,5%; p = 0,88). Não houve diferença entre o tratamento ativo e o placebo (p = 0,78), ou entre a tansulosina e a nifedipina (p = 0,77). Eventos adversos graves foram relatados em três participantes do grupo nifedipina e em um participante no grupo placebo.

 

Aplicações Práticas

 Por mais que seja uma conduta recomendada em diretrizes, este excelente estudo randomizado, placebo controlado e duplo-cego traz uma nova perspectiva para o uso de medicações para facilitar a expulsão de cálculos. E a verdade é que nem tansulosina 400 mg, nem nifedipina 30 mg são mais eficazes do que placebo para diminuir a necessidade de tratamento adicional para alcançar a remoção de cálculos após quatro semanas para pacientes com cólica ureteral.

 

Bibliografia

Pickard R et al. Medical expulsive therapy in adults with ureteric colic: A multicentre, randomised, placebo-controlled trial. Lancet 2015 May 18; [e-pub]. (http://dx.doi.org/10.1016/S0140-6736(15)60933-3 )

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