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Diretriz de Diagnóstico e Manejo de Concussão em Pediatria

Contexto Clínico

A concussão é qualquer lesão no cérebro que impede sua função normal de forma temporária ou permanente, que ocorre por mecanismo de trauma. Normalmente, na faixa pediátrica, concussões acontecem durante a prática de esportes, mais frequentemente  em esportes de contato, como futebol, rugby, basquete, lutas. Menos comum é que ocorra uma concussão a partir de uma colisão com o solo, uma parede, um poste, ou, por exemplo, quando uma criança  cai e bate a cabeça na rua ou em um obstáculo ao andar de bicicleta ou skate. Apresentaremos a seguir um resumo das principais recomendações para concussão contidas no documento produzido pela Ontario Neurotrauma Foundation para a faixa pediátrica (pacientes de 5 a 18 anos).

 

As Diretrizes

- Para crianças que participam de esportes de alto risco (esportes com contato), considere realizar testes cognitivos no início da avaliação.

- Na apresentação inicial, avalie e trate déficits físicos, cognitivos e outros déficits neurológicos.

- Gerenciar sintomas agudos, incluindo a identificação de eventuais sinais de alerta (Tabela 1) e avalie necessidade de neuroimagem de urgência.

- Realize uma avaliação da concussão aguda baseando-se em alguma ferramenta padronizada.

- Prescreva descanso físico e cognitivo.

 

Na alta, proporcione um plano educacional e de cuidados pós-concussão com diretivas explícitas para professores e atividades escolares:

- Educar sobre os riscos para os sintomas persistentes, incluindo sono, dores de cabeça e fadiga.

- Aconselhar os pacientes sobre como evitar álcool, drogas recreativas, e sobre a condução durante a recuperação.

- Instruir o paciente a ter acompanhamento em uma unidade de cuidados primários e encaminhamento para um especialista que possa fazer o seguimento para concussão se os sintomas persistirem além de um mês.

- Na reavaliação ambulatorial, faça planos de retorno passo-a-passo para atividades físicas e cognitivas e encaminhe as crianças com várias concussões à atenção de um especialista.

- Com um mês do quadro, se os sintomas persistirem, os pacientes devem ser submetidos a uma avaliação mais abrangente de saúde para:

- Procurar modificadores, outras condições físicas ou mentais que possam impactar no quadro.

- Considerar um programa de higiene do sono.

- Prescrever medicamentos de curta duração conforme necessário para sono e dores de cabeça.

- Encaminhar os pacientes com necessidades neurocognitivas ou mentais para especialistas na área.

 

Tabela 1 - Sinais de Alerta na Concussão

 

Fraqueza / Parestesias em braços ou pernas

Mudança de comportamento

Não reconhecer pessoas ou locais

Mudança de nível de consciência

Convulsões

Vômitos recorrentes

Cervicalgia

Sonolência excessiva

Déficit neurológico focal

Fala empastada

Irritabilidade/Agitação

Cefaleia em piora

 

 

Bibliografia

Guidelines for diagnosing and managing pediatric concussion. Ontario Neurotrauma Foundation 2014 Jun; [e-pub ahead of print]. (http://onf.org/system/attachments/265/original/GUIDELINES_for_Diagnosing_and_Managing_Pediatric_Concussion__Full___v1.1.pdf)

 

Bakes K. Diagnosing and Managing Pediatric Concussion. Disponível em: http://www.jwatch.org/na35159/2014/07/25/diagnosing-and-managing-pediatric-concussion