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Prevalência de depressão em médicos residentes

Contexto Clínico

Estudos têm sugerido que os médicos residentes apresentam taxas mais altas de depressão do que o público em geral. A depressão no residente tem sido associada a um cuidado do paciente de baixa qualidade e ao aumento de erros médicos. No entanto, as estimativas da prevalência de depressão ou sintomas depressivos variam entre os estudos, de 3% para 60%.  Uma estimativa mais precisa é necessária para que se tomem atitudes de larga escala para tratamento e prevenção dessa situação. Para isso foi realizada uma revisão sistemática e metanálise de estudos publicados de depressão ou sintomas depressivos em médicos estagiários de pós-graduação. O objetivo foi fornecer uma estimativa de depressão ou a prevalência de sintomas depressivos entre médicos residentes.

 

O Estudo

Nesta revisão sistemática com metanálise, os resultados avaliados foram a prevalência de depressão ou sintomas depressivos como avaliado por entrevista estruturada ou questionário validado entre médicos residentes.

Os dados foram extraídos de 31 estudos transversais (9447 indivíduos) e 23 estudos longitudinais (8113 indivíduos). Três estudos utilizaram entrevistas clínicas e 51 instrumentos de autorrelato. A prevalência global combinada de depressão ou sintomas depressivos foi de 28,8% (4969/17.560 indivíduos).  Houve um aumento da prevalência com o aumento do ano da residência (inclinação = aumento de 0,5% ao ano, P = 0,04). Em uma análise secundária de sete estudos longitudinais, o aumento absoluto da mediana dos sintomas depressivos com o início do treinamento de residência foi de 15,8%. Não foram observadas diferenças estatisticamente significativas entre estudos transversais versus estudos longitudinais, estudos de apenas estagiários versus só para residentes de nível superior ou em estudos de residentes não cirúrgico versus ambos os residentes não cirúrgicos e cirúrgicos.

 

Aplicação Prática

Nesta revisão sistemática, a estimativa da prevalência de depressão ou sintomas depressivos entre os médicos residentes foi de 28,8%, variando de 20,9% a 43,2%, dependendo do instrumento utilizado, e aumentou conforme o ano da residência. Sabendo que isso pode ser prejudicial para o médico em formação e para a assistência aos pacientes, é necessário desenvolver pesquisas de intervenção para identificar estratégias eficazes para a prevenção e tratamento da depressão entre os médicos em treinamento.

 

Referências

Mata DA et al. Prevalence of Depression and Depressive Symptoms Among Resident Physicians. A Systematic Review and Meta-analysis. JAMA. 2015;314(22):2373-2383.