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Resultado de longo prazo de stent e endarterectomia na Estenose de Carótida

Contexto Clínico

Já existem resultados de curto prazo no que tange o tratamento da estenose de carótida. Tanto a endarterectomia quanto o uso de stent não tem diferenças significativas em relação a resultados de acidente vascular cerebral (AVC), infarto agudo do miocárdio (IAM) ou morte periprocedimento, ou qualquer AVC ipsilateral subsequente.  Entretanto, pouco se sabe sobre resultados comparativos em longo prazo para essas duas modalidades terapêuticas.

 

O Estudo

Esse é um estudo de acompanhamento de pacientes com estenose da artéria carótida que haviam sido randomizados para implante de stent ou endarterectomia, e que foram avaliados a partir de seis meses até 10 anos em 117 centros. Além de avaliar o desfecho primário composto (AVC, IAM e morte periprocedimento), avaliou-se o desfecho de AVC ipsilateral em longo prazo.

Entre 2.502 pacientes não houve diferença significativa na taxa de desfecho primário combinado entre o grupo stent (11,8%; IC95% 9,1-14,8) e o grupo endarterectomia (9,9%; IC95% 7,9-12,2) em mais de dez anos de follow-up (hazard ratio: 1,10; IC95% 0,83 a 1,44). No que diz respeito ao ponto final de longo prazo, acidente vascular cerebral ipsilateral após o procedimento em dez anos de follow-up ocorreu em 6,9% (IC95%, 4,4-9,7) dos pacientes no grupo do stent e em 5,6% (IC95% 3,7 a 7,6) do grupo endarterectomia; as taxas não diferiram significativamente entre os grupos (hazard ratio 0,99; IC95% 0,64-1,52). Não houve diferenças significativas entre os grupos com relação a qualquer desfecho quando os pacientes sintomáticos e assintomáticos foram analisados separadamente.

 

Aplicações Práticas

 Esse estudo acrescenta informações bastante pertinentes, que são os resultados de longo prazo, quando se comparam dois tipos de intervenção para estenose de carótida: o uso de stent ou endarterectomia.

Em mais de dez anos de follow-up não encontramos uma diferença significativa no que diz respeito ao risco de acidente vascular cerebral periprocedural, infarto do miocárdio ou morte e subsequente acidente vascular cerebral ipsilateral. Isso demonstra que as duas modalidades terapêuticas têm resultados clínicos semelhantes. O que deve definir a escolha são os custos envolvidos e experiências das equipes executantes, e isso pode variar entre diferentes realidades. Cada hospital deve avaliar qual modalidade oferece melhor relação custo x benefício ao seu contexto.

 

Referências

Brott TG et al. Long-Term Results of Stenting versus Endarterectomy for Carotid-Artery Stenosis. N Engl J Med 2016; 374:1021-1031.