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Diretriz do US Preventive Services Task Force USPSTF para Rastreamento de Dislipidemia na Infânc

 

Contexto Clínico

A dislipidemia, uma desordem genética ou multifatorial do metabolismo das lipoproteínas, é definida por elevações nos níveis de colesterol total (CT), lipoproteína de baixa densidade (LDL), lipoproteína não de alta densidade (não HDL), triglicéridos, ou alguma combinação dos mesmos, bem como os níveis mais baixos de colesterol HDL (HDL). Elevações nos níveis de CT, LDL e não HDL estão associados com risco de doença cardiovascular em adultos, assim como os níveis mais baixos de HDL e, em menor medida, os níveis elevados de triglicérides.

A hipercolesterolemia familiar heterozigótica afeta aproximadamente uma em cada 200 a 500 pessoas na América do Norte e na Europa. Sua definição varia na literatura, mas geralmente inclui níveis altamente elevados de LDL (por exemplo, =190 mg/dL), mutação genética, ou ambos. Alternativamente, a dislipidemia pode ter origem multifatorial, com causas poligênicas e ambientais, incluindo a obesidade, e definida por elevações nos níveis de LDL =130 mg/dL, CT =200 mg/dL, ou ambos, que não são atribuíveis à hipercolesterolemia familiar. A obesidade está associada com ligeiras elevações nos níveis de LDL, triglicéridos elevados e menor HDL.

Estimativas recentes do National Health and NutritionExamination Survey (NHANES) indicam que 7,8% das crianças com idade entre 8 e 17 anos têm níveis elevados de CT (=200 mg/dL), e 7,4% dos adolescentes de 12 a 19 anos têm elevado LDL (=130 mg/dL). A justificativa para o rastreio de distúrbios lipídicos em crianças e adolescentes é que a identificação de níveis elevados de LDL juntamente com o tratamento precoce poderia atrasar o processo aterosclerótico e, assim, reduzir a incidência de eventos cardiovasculares isquêmicos prematuros em adultos.

 

As Recomendações

 

               As evidências atuais são insuficientes para avaliar o equilíbrio entre benefícios e malefícios no rastreamento para distúrbios lipídicos em crianças e em adolescentes com idade =20 anos (Grau I de recomendação, evidências insuficientes).

               A diretriz reconhece que a evidência de benefícios clínicos e danos não é o único fator que influencia as decisões sobre a prática clínica, a política, e as decisões de cobertura desta prática. Sendo assim, a diretriz, mesmo nesta atualização, não fecha uma conduta. O médico deverá pesar custo versus benefício desta prática de forma individualizada para os seus pacientes ambulatoriais.

 

 

Bibliografia

 U.S. Preventive Services TaskForce.Screening for lipiddisorders in children and adolescents: US Preventive Services Task Force recommendationstatement. JAMA 2016 Aug 9; 316:625.

 Lozano P et al. Lipidscreening in childhood and adolescence for detectionof familial hypercholesterolemia: Evidencereport and systematicreview for the US Preventive Services Task Force. JAMA 2016 Aug 9; 316:645.

 Lozano P et al. Lipidscreening in childhood and adolescence for detectionofmultifactorialdyslipidemia: Evidencereport and systematicreview for the US Preventive Services Task Force. JAMA 2016 Aug 9; 316:634.