Paciente de 59 anos, masculino, hipertenso e diabético, procura PS relatando que está com enjôos e cefaléia intensa há 1 dia. Realizou cateterismo cardíaco eletivo há 5 dias. Ao exame físico se apresenta em Glasgow: 14 (sonolento, abre os olhos aos chamados), PA: 188x90 mmHg, FC:76 bpm, FR: 14cpm, T: 36,8oC, Dextro 198, exame pulmonar, cardíaco e abdominal normais. Uma das suspeitas diagnósticas foi encefalopatia hipertensiva, que motivou um fundo de olho. Não foi achado nenhum sinal de edema de papila, entretanto foi visto o seguinte:
Ver diagnóstico abaixo
Ao fundo de olho verificamos a presença de uma Placa de Hollenhorst , que é um êmbolo de colesterol de aspecto amarelado na arteríola retiniana. Este é um achado que não se relaciona com sintomas, entretanto seu significado é a presença de embolização de colesterol.
Este paciente também apresentou nos exames complementares a presença de Insuficiência Renal Aguda. A sintomatologia apresentada na queixa pelo paciente foi devida à uremia. Somando estes achados, devemos imaginar que se trata de um caso de Doença Ateroembólica, que é uma causa de IRA.
A doença ateroembólica, que não tem tratamento específico, é caracterizada por:
Perda de função renal após evento desencadeante: manipulação de grandes vasos (Arteriografia, Angioplastia, Cirurgia)
Sinais de embolização extra-renal (como por exemplo: Placas de Hollenhorst, livedo reticular, etc)
Achados de exames laboratoriais: eosinofilia, eosinofilúria e hipocomplementenemia
Diferencial com IRA por contraste: visto na evolução: função renal tem recuperação incompleta com curso oscilante na doença ateroembólica