As parasitoses são extremamente frequentes em nosso meio. Suas manifestações são inespecíficas, o que dificulta seu diagnóstico. Os antiparasitários são a medicação utilizada não só para seu tratamento, como também servem de estratégia para erradicação de verminoses em populações de alta prevalência, além de serem utilizados em pacientes em uso de corticoides para prevenir estrongiloidíase.
A apresentação clínica das helmintíases não difere de muitas condições clínicas, mas apresenta dois fatores de distinção:
história de exposição;
eosinofilia.
A seguir, comentaremos algumas características das principais helmintíases.
Cursa com síndrome clínica de diarreia sanguinolenta, anemia ferropriva e prolapso retal.
Diagnóstico: protoparasitológico de fezes (PPF).
Tratamento de escolha: albendazol (400 mg/dia 1 vez/dia por 3 dias) ou mebendazol (100 mg 2 vezes/dia por 3 dias). Nenhum dos dois agentes parece ser eficaz em dose única, apesar de um estudo apresentar 80% de cura com albendazol em dose única.
Quadro de prurido perianal de predomínio noturno; caso o parasite migre, quadros de apendicite e salpingite crônica podem ocorrer.
Diagnóstico: swab anal (5 exames com sensibilidade de 99%).
Tratamento: mebendazol e albendazol são as drogas de primeira escolha. Dose única de mebendazol tem eficácia de 95% e dose única de albendazol, repetida em 2 semanas, tem taxa de sucesso próxima a 100%.
Associada a várias síndromes clínicas, sua principal complicação é obstrução intestinal e, ocasionalmente, obstrução biliar. O achado mais comum é dor abdominal, que ocorre em 98% dos pacientes, e diarreia.
Diagnóstico: PPF.
Tratamento: mebendazol e albendazol são as drogas de escolha, mas outras medicações foram testadas com sucesso, incluindo o pamoato de pirantel. Em casos de obstrução intestinal, a piperazina deve ser utilizada.
Pacientes apresentam-se com prurido no local de penetração do parasita. Posteriormente, evoluem com dor abdominal, diarreia e anemia ferropriva, que pode ser marcante.
Diagnóstico: PPF.
Tratamento: mebendazol e albendazol são as drogas de escolha.
Dor abdominal, principalmente em região epigástrica, e diarreia com muco são características marcantes da infecção. Pode ocorrer invasão maciça de outros órgãos, como o pulmão, sobretudo com o uso de corticoides.
Diagnóstico: PPF faz a maioria dos diagnósticos, mas a análise do suco duodenal pelo método de Boerman e, mais recentemente, com método de placa de Agar, é a maneira mais fidedigna de realizar o diagnóstico.
Tratamento: tiabendazol e ivermectina são consideradas drogas de primeira escolha para o tratamento. Um estudo recente demonstrou eficácia de 100% quando usada em regime de duas doses. Cambendazol e albendazol também são opções.
Em sua forma aguda, pode apresentar quadro de dermatite com rash prurítico e papular. Ainda em sua fase aguda, até 4 a 8 semanas após a infestação, pode ocorrer quadro agudo de diarreia, febre, eosinofilia, hepatoesplenomegalia e cefaleia, denominado de febre de Katayama. Tal quadro é descrito classicamente com o Schistossoma hemaetobium no Japão, mas também ocorre com o Schistossoma mansoni no Brasil, sendo mais frequente em visitantes a regiões endêmicas.
A forma crônica pode apresentar várias formas, das quais a mais comum em nosso meio é a hepatoesplênica.
Diagnóstico: exame parasitológico de fezes pelo método de Kato-Katz, com sensibilidade de 94% para 4 exames. Biópsia de válvula retal é o padrão-ouro para o diagnóstico, mas pode ser substituída por 6 exames parasitológicos pelo método de Kato-Katz.
Tratamento: praziquantel é a droga mais utilizada mundialmente para o tratamento, mas oxaminiquina também é opção aceitável.
Maioria assintomática, mas quadros de eosinofilia marcante com dor torácica e expectoração, muitas vezes com hemoptise, infiltrados pulmonares, derrame pleural e até invasão de sistema nervoso central, podem ocorrer.
Diagnóstico: PPF, mas nos casos cujas manifestações são viscerais, a sorologia pode ser útil.
Tratamento: praziquantel 25 mg/kg/dia divididos em 3 doses parece ser eficaz; recentemente uma nova medicação – o triclabendazol – está sendo utilizada.
A maioria dos casos é assintomática, mas dores abdominais e diarreia podem ocorrer.
Diagnóstico: DAE feito pela recuperação das proglótides da Taenia nas fezes e PPF.
Tratamento: praziquantel é a droga de escolha, com a niclosamida como segunda opção.
Pode causar dor abdominal, anorexia e diarreia.
Diagnóstico: PPF.
Tratamento: praziquantel é a primeira opção, com a niclosamida como segunda opção.
A principal complicação é a neurocisticercose, que pode apresentar manifestações epileptiformes, lesões focais, achados de hipertensão intracraniana e lesões em medula espinal.
Diagnóstico: análise do líquido cefalorraquidiano (LCR) revela pleocitose linfocítica ou eosinofílica com hipoglicorraquia e hiperproteinorraquia.
Tratamento: terapia cirúrgica para lesões intracranianas sintomáticas pode ser necessária, mas a terapia medicamentosa é controversa, sendo praziquantel e albendazol as drogas de escolhaCorticoides (dexametasona 12 a 16 mg ou prednisona 30 a 40 mg) devem ser usados concomitantemente e a terapia antiepilética do pacientes deve ser adequada.
Ao penetrar na circulação, a larva migrans pode chegar a sítios distantes, levando a reações granulomatosas eosinofílicas. Os pacientes podem apresentar grandes eosinofilias, mal-estar, prurido, hepatomegalia e lesões pruriginosas. Vários sítios distantes podem ser atingidos com manifestações pulmonares, oculares, miocardite, encefalite, entre outras manifestações.
Diagnóstico: o exame diagnóstico definitivo é a detecção da larva em tecido biopsiado. Sorologias pelo método Elisa também podem ser úteis.
Tratamento: dietilcarbamazina é considerada droga de escolha por alguns autores. Albendazol e mebendazol são opções possíveis; pode-se utilizar corticoides em pacientes com envolvimento respiratório, cardíaco ou neurológico severo.
O quadro varia desde pacientes assintomáticos, com sintomas dispépticos, quadros agudos de diarreia aquosa com mal-estar e dor abdominal, até quadros de diarreia crônica, perda de peso e, em crianças, pode alterar desenvolvimento pondoestatural. A giardíase crônica pode estar associada a quadros de imunodeficiências.
Diagnóstico: pacientes não apresentam leucocitose e eosinofilia, mas a análise das fezes pelo PPF é suficiente para realizar o diagnóstico na maioria dos casos. Em alguns casos, pode ser necessário realizar sorologia e aspirado de suco duodenal.
Tratamento: metronidazol 250 mg 3 vezes/dia por 5 dias e albendazol 400 mg/dia por 5 dias são as drogas de escolha. Tinidazol e furazolidona são opções de segunda escolha. Em pacientes assintomáticos, pode-se considerar não tratar.
Mais de 90% das infecções pela Entamoeba hystolitica são assintomáticas, porém os pacientes podem apresentar quadro de diarreia com fezes sanguinolentas, dor abdominal, febre e perda de peso em até 50% dos pacientes sintomáticos. Os pacientes podem apresentar ainda quadro de diarreia crônica e manifestações extraintestinais, com abscesso hepático e manifestações pulmonares.
Diagnóstico: PPF; eventualmente exames sorológicos podem ser realizados.
Tratamento: metronidazol é considerada a medicação de escolha, na dose de 500 a 750 mg 3 vezes/dia por 10 dias. Alguns autores recomendam o uso de paromicina ou iodoquinol para eliminação dos cistos. Tinidazol e emetina também são opções para o tratamento.
A malária é a principal doença parasitária no mundo, principalmente nos países mais pobres. Suas manifestações são inespecíficas, com febre, prostração, mialgias, letargia, náuseas, vômitos, diarreia e hipotensão postural. A hemólise secundária ao ciclo eritrocítico do parasita pode ser grave e ocasionar quadros importantes de anemia. A febre e outras manifestações ocorrem caracteristicamente em períodos de 48 horas em pacientes infectados com Plasmodium vivax e ovale, e a cada 72 horas no caso do Plasmodium malarie. Os pacientes com malária causada por Plasmodium falciparum apresentam quadro mais grave, muitas vezes com febre contínua, além de manifestações de sistema nervoso central, hipoglicemia, manifestações respiratórias e colapso hemodinâmico.
Qualquer paciente com malária e quadro de prostração, alteração de consciência, convulsões, choque, desconforto respiratório e sangramento anormal devem ser tratados como emergência.
São critérios para definir malária por Plasmodium falciparum severa:
1. Malária cerebral: índice de Glasgow menor que 11, com parasitemia por Plasmodium falciparum na exclusão de outras causas de encefalopatia.
2. Anemia severa: Hb < 5 g/dL ou hematócrito < 15% em presença de parasitemia > 10.000/mL.
3. Desconforto respiratório: edema pulmonar ou síndrome de desconforto respiratório.
4. Insuficiência renal: débito urinário menor que 400 mL em 24 horas ou creatinina > 3 mg/dL.
5. Hipoglicemia: glicemia < 40 mg/dL.
6. Colapso circulatório: pressão arterial sistólica < 70 mmHg.
7. Alterações de coagulação: sangramento espontâneo ou evidências de CIVD.
8. Alterações de nível de consciência com prostração, icterícia e vômitos intratáveis e parasitemia = 2%: em indivíduos não imunizados, deve ser tratado como malária severa.
Tratamento: em infecções por Plasmodium vivax e ovale, indica-se a combinação de cloroquina e primaquina. Já em pacientes com infecção mista do Plasmodium vivax e falciparum, o tratamento de escolha é com quinino e doxiciclina. Para infecções somente por Plasmodium falciparum, a droga de escolha é a mefloquina via oral e, em pacientes graves, recomenda-se o uso de artesunato.
A leishmaniose pode se manifestar em forma visceral, infectando o sistema reticuloendotelial, com quadro de febre, hepatoesplenomegalia e pancitopenia, ou em forma cutânea, iniciando com nódulos, evoluindo para placas ulceradas e, posteriormente, para grandes lesões ulcerosas. Os sintomas sistêmicos são raros nestes pacientes.
Diagnóstico: em pacientes com leishmaniose visceral, sorologia por ELISA ou teste de aglutinação ou por identificação do agente em hemoculturas ou aspiração esplênica. Nos pacientes com leishmaniose cutânea, o diagnóstico é realizado pela identificação dos micro-organismos ou por PCR.
Tratamento: as drogas antimoniais pentavalentes são o tratamento de escolha, embora a anfotericina B também seja opção aceitável.
A Tabela 1 especifica o tratamento das principais doenças parasitárias.
Tabela 1: Tratamento das doenças parasitárias
Agente |
Tratamento de escolha |
Alternativa |
Comentários |
Ancilostomíase |
Mebendazol |
Albendazol Pamoato de pirantel |
|
Ascaridíase |
Albendazol (eficaz em quase 100% dos casos) |
Levamizol Pamoato de pirantel Mebendazol |
Piperazina e óleo mineral em pacientes com obstrução intestinal. |
Amebíase |
Metronidazol Tinidazol |
Emetina |
Alguns autores recomendam iodoquinol e paromicina para erradicar cistos. |
Cisticercose |
Albendazol |
Praziquantel |
|
Enterobíase |
Albendazol Mebendazol |
Pamoato de pirantel |
|
Esquistossomose |
Praziquantel |
Oxaminiquina |
|
Estrongiloidíase |
Ivermectina Tiabendazol |
Albendazol Cambendazol |
|
Tricuríase |
Albendazol |
Mebendazol |
|
Giardíase |
Metronidazol Albendazol |
Tinidazol Furazolidona |
|
Teníase |
Praziquantel |
Niclosamida Albendazol Mebendazol |
|
Himenolepsíase |
Praziquantel |
Niclosamida |
|
Toxocaríase |
Dietilcarbamazina Albendazol |
Mebendazol |
|
Malária por P. falciparum |
Mefloquina |
Quinino e doxiciclina |
Em malária grave, é recomendado o uso de artesunato EV. |
Malária por P. vivax e ovale |
Cloroquina e primaquina |
|
|
Malária por infecção mista P. falciparum e vivax |
Quinino e doxiciclina ou clindamicina |
|
|
Leishmaniose |
Antimoniais pentavalentes |
Anfotericina B e pentamidina |
|
Causa degeneração seletiva dos microtúbulos citoplasmáticos do intestino e tegumento dos parasitas.
Tratamento de helmintíases intestinais, incluindo ascaridíase, ancilostomose, teníase, hidatidose, estrongiloidíase, cisticercose e tricuríase.
A maioria das helmintoses intestinais é tratada com 400 mg via oral em dose única. Neurocisticercose é tratada com dose de 15 mg/kg/dia ou 400 mg divididos em 2 tomadas diárias.
Em geral, é bem tolerado, mas podem ocorrer icterícia e hepatite. Cefaleia, vertigens, náuseas e dor abdominal também descritos.
Alben®, Zolben® e Albendazoll® em comprimidos de 200 e 400 mg e suspensão com 40 mg/mL.
Controle de cura em 3 semanas. Com uso prolongado, recomenda-se dosar transaminases, embora seja desnecessário na maioria dos casos.
Classe C. Efeitos na amamentação não são conhecidos.
Nenhuma significativa.
Inibe a enzima mitocondrial específica dos helmintos.
Tratamento da estrongiloídiase e da infecção por larva migrans.
Dose de 50 mg/kg/dia até dose máxima de 3 g por 2 a 5 dias. Em caso de larva migrans visceral, manter tratamento por 7 dias.
Náuseas, vômitos, vertigens, diarreia, dor abdominal, anorexia, eritema multiforme e icterícia colestática.
Thiaben®, Thiabendazol® e Tiabendazol® comprimidos de 500 mg e suspensão com 250 mg/5 mL.
Sem monitoração específica.
Classe C. Uso na amamentação é pouco conhecido.
Pode aumentar níveis séricos da teofilina.
Bloqueio neuromuscular do parasita.
Tratamento de enterobíase, ascaridíase e ancilostomíase.
Dose de 500 mg a 1 g em adultos ou 11 mg/kg em crianças, em dose única.
Cefaleia, exantema, tontura, anorexia, dispepsia, náuseas e diarreia.
Ascarical® em comprimidos de 250 mg ou suspensão com 250 mg/5 mL.
Sem monitoração específica.
Classe C.
Efeito diminuído no uso conjunto com a piperazina.
Aumenta a permeabilidade da membrana celular a íons cloreto, levando à hiperpolarização de células musculares e nervosas e à morte do parasita.
Tratamento da oncocercose, filariose, estrongiloidíase e escabiose.
0,15 mg/kg no tratamento da oncocercose e 0,2 a 0,4 mg/kg nos outros casos, em dose única via oral.
Cefaleia, prurido e edema cutâneo são relatados, efeitos provavelmente secundários a destruição de parasitas. Aumento de transaminases e alterações discretas em ECG também são descritas.
Revectina® em comprimidos de 6 mg.
Sem monitoração específica.
Classe C. Uso não recomendado durante amamentação.
Nenhuma significativa descrita.
Medicação com ação imunomoduladora impedindo crescimento celular em células específicas, o que justifica seu uso em neoplasia de cólon. É pouco utilizada recentemente e tem seu uso descontinuado nos Estados Unidos.
Tratamento da ascaridíase, também pode ser usado para tratamento de ancilostomíase e estrongiloidíase.
Dose única de 80 ou 150 mg via oral (em crianças, 80 mg).
Náuseas e vômitos ocorrem em até 20% dos pacientes. Diarreia, desconforto abdominal, cefaleia e tonturas são relatados.
Ascaridil®, Tetramizole® e Tetramizol® em comprimidos de 80 e 150 mg.
Quando em combinação com fluoracil, recomenda-se realizar hemograma completo, eletrólitos e transaminases no início do tratamento e a cada 3 meses. Sem recomendações específicas com o uso isolado.
Classe C. Efeito na amamentação não é conhecido.
Efeito dissulfiram com o uso com álcool, pode aumentar níveis séricos da fenitoína.
Bloqueia a captura de glicose e nutrientes pelos parasitas.
Tratamento da ascaridíase, ancilostomíase, oxiuríase, tricuriose, hidatidose e infecção por larva migrans.
Dose de 100 mg a cada 12 horas por 2 dias.
Diarreia, dor abdominal, fraqueza, leucopenia, angioedema e agranulocitose.
Mebendazol®, Pantelmin®, Panfulgan® e Vermoplex® em comprimidos de 100 mg e suspensão com 30 mL.
Controle de cura parasitológico em 3 a 4 semanas.
Classe C. Uso na amamentação é desconhecido.
Pode diminuir o efeito de anticonvulsivantes.
Apresenta ligação com ferro do pigmento do Plasmodium e produz radicais livres que danificam as proteínas do parasita.
Tratamento do Plasmodium falciparum resistente à cloroquina no paciente com malária grave. A adição de artesunato por 3 dias está associada com diminuição de falhas terapêuticas, como demonstrado em meta-análise recente.
Deve ser usada em combinação com doxiciclina, pois, caso contrário, recidivas são comuns.
Artesunato®: dose de 1 mg/kg via endovenosa no tempo zero, 4, 24 e 48 horas.
Artemeter®: dose de 2,4 mg/kg via endovenosa, seguida de 1,2 mg/kg por 4 dias.
Na maioria das vezes, são leves e infrequentes. Alterações gastrintestinais, prurido e raramente hipotensão são descritos. Aumento de transaminases e diminuição de neutrófilos e reticulócitos são descritos.
Artesunato®: comprimidos com 50 mg e ampolas com 60 mg/mL.
Artemeter®: ampolas com 80 mg/mL.
Hemograma e transaminases durante o tratamento.
Não determinada.
Nenhuma significativa descrita.
Não é completamente conhecido. Leva a alterações significativas no tegumento do parasita após 4 a 8 dias de tratamento e diminui a deposição de ovos pelo Schistossoma.
Tratamento da esquistossomose.
Em adultos e em crianças acima de 30 kg, dose única de 12 a 15 mg/kg.
Vertigens podem ocorrer em até 40% dos pacientes. Cefaleia, sonolência, aumento de transaminases, eosinofilia e raramente convulsões também podem ocorrer, sendo contraindicado em pacientes com epilepsia.
Mansil® em comprimidos de 250 mg e suspensão com 50 mg/mL.
Sem indicações específicas.
Classe C. Efeito desconhecido na amamentação.
Nenhuma significativa descrita.
Mecanismo desconhecido, concentra-se no sistema reticuloendotelial e parece afetar o metabolismo do parasita.
Tratamento da leishmaniose.
Dose de 20 mg/kg/dia em leishmaniose visceral e 15 a 20 mg/kg em leishmaniose cutânea e cutaneomucosa, por via endovenosa durante 15 dias ou 2 vezes/semana, por 5 semanas. Usar em bolus lento ou diluir em SG 5% e administrar em 20 minutos. Estibogluconato de sódio não disponível no país.
Dor abdominal, náuseas, vômitos, aumento de transaminases e amilase, artralgia, exantema e prolongamento do intervalo QT.
Glucantime® em ampolas de 5 mL com 425 mg de antimônio e 1,5 g do sal.
Dosagem de enzimas pancreáticas em caso de dor abdominal; realização de ECG seriado durante tratamento.
Não determinada.
Sem interações significativas descritas.
Semelhante ao tiabendazol.
Tratamento da estrongiloidíase.
Dose única de 5 mg/kg.
Dores abdominais, cefaleia, náuseas e vômitos.
Cambem® em comprimidos de 180 mg e suspensão com 6 mg/mL.
Sem indicações de monitoração específica.
Não determinada.
Nenhuma significativa descrita.
Droga derivada da piperazina e com modo de ação semelhante.
Tratamento da toxocaríase, filariose e oncocercose.
2 mg/kg via oral 3 vezes/dia por 10 dias como tratamento da toxocaríase.
Sintomas dispépticos, anorexia, febre, calafrios e reações urticariformes são descritas.
Comprimidos de 50 mg associados a 3 mg de difenidramina.
Sem recomendações específicas.
Classe X.
Sem interações significativas.
Alcaloide com ação emetizante e propriedades tóxicas a alguns micro-organismos, como a Entamoeba hystolytica.
Tratamento da amebíase hepática ou extraintestinal.
Dose de 1 mg/kg/dia com dose máxima de 60 mg/dia, dividida em 2 doses intramusculares ao dia, por 5 dias.
Diarreia, vômitos, neuropatia periférica, fraqueza e arritimias cardíacas são relatadas. Raros casos de insuficiência cardíaca também são citados.
Ampolas de 20, 40 e 60 mg.
Sem nenhuma indicação específica.
Não determinada.
Nenhuma interação específica descrita.
Inibe série de reações enzimáticas com ação antiprotozoária.
Principalmente para tratamento da giardíase, mas também para tratar amebíase, tricomonas e eventualmente salmoneloses e shigueloses.
100 mg por via oral a cada 6 horas por 7 a 10 dias.
Náuseas, vômitos, diarreia, alterações da cor da urina, cefaleia, reações alérgicas, febre, anemia hemolítica, agranulocitose (raro) e infiltrados pulmonares.
Giarlam® comprimidos de 200 mg e suspensão com 5 mg/mL.
Hemograma completo pode ser realizado, mas sem recomendação específica.
Classe C. Efeito na amamentação é desconhecido.
Reação dissulfiram com álcool; pode aumentar efeito da levodopa.
Semelhante ao quinino, destrói formas assexuadas do parasita.
Tratamento do Plasmodium falciparum.
1.000 mg/dia ou 25 mg/kg em dose única.
Diarreia, dor abdominal, náuseas, vômitos e vertigens. Elevação transitória de transaminases pode ocorrer.
Mephaquin® em comprimidos de 250 mg.
Uso prolongado requer exames oftalmológicos de rotina a cada 6 meses a 1 ano.
Classe C. Uso não recomendado durante amamentação.
Uso com antiarritímicos aumenta risco de convulsões. Carbamazepina e fenobarbital podem diminuir seus efeitos.
Altera a oxidação fosforilativa e ativa o ATP mitocondrial com ação parasiticida.
Tratamento da teníase e heminolepsíase.
2 g via oral em dose única; na himenolepsíase, uso por 7 dias.
Praticamente sem efeitos colaterais. Dor abdominal e náuseas são relatadas.
Atenase® em comprimidos de 500 mg.
Nenhuma monitoração específica.
Classe B. Efeito na amamentação não estudado.
Nenhuma interação específica.
Por impedir a ação da acetilcolina, leva a bloqueio neuromuscular no parasita.
Tratamento da ascaridíase e oxiuríase.
Na ascaridíase, 75 mg/kg por 2 dias e repetir a dose em 2 semanas. Na oxiuríase, dose de 65 mg/kg/dia por 7 dias. Sua principal indicação é na oclusão intestinal por bolos de áscaris, devendo-se administrar óleo mineral ou outro laxativo 2 horas antes do uso da piperazina.
Ocorrem em menos de 1% dos casos. Urticária, dispepsia, broncoespasmo e distúrbios neurológicos transitórios podem ocorrer, incluindo ataxia e convulsões.
Ascarim® e Vermilem® em suspensões com 50 e 500 mg/5 mL.
Sem indicação de monitoração específica.
Classe B.
Antagonismo de ação com pamoato de pirantel.
Inibe a diidrofolato-redutase, resultando em diminuição da síntese do ácido fólico.
Tratamento da toxoplasmose, pneumocistose e isosporíase.
Na toxoplasmose cerebral em pacientes com AIDS, dose de ataque de 200 mg seguida de 50 a 100 mg diários pelo resto da vida. Após 3 a 8 semanas, pode-se tentar reduzir a dose para 25 mg/dia. Associa-se com sulfadiazina 2 a 6 g/dia divididos em 4 doses diárias. Na toxoplasmose em imunocompetentes, 25 mg/dia por 3 a 4 semanas associados com 2 a 6 g de sulfadiazina.
Exantema, vômitos, eosinofilia, necrose epidérmica tóxica, anemia megaloblástica e plaquetopenia. Pneumonias eosinofílicas podem ocorrer. Raramente, convulsões e depressão.
Darapim® em comprimidos de 25 mg.
Hemograma periódico.
Classe C.
Hepatotoxicidade no uso conjunto com lorazepam. Supressão medular no uso com sulfonamidas. Pode ainda aumentar os níveis séricos de neurolépticos.
Aumenta a permeabilidade ao cálcio nos esquistosomas, levando a fortes contrações musculares e paralisia da musculatura do parasita.
Tratamento da esquistossomose, teníase, cisticercose e himenolepsíase.
Na esquistossomose, 40 a 75 mg/kg/dia em doses divididas a cada 12 horas por um dia. Na teníase, 10 mg/kg em dose única e, na cisticercose, 50 a 60 mg/kg divididos a cada 8 horas por 14 dias. Pode-se usar corticoides nos primeiros dias para diminuir a reação inflamatória.
Náuseas, vômitos, dor abdominal, cefaleia urticária, vertigens. No tratamento da neurocisticercose, pode ocorrer hipertensão intracraniana por reação inflamatória.
Cestox® e Cisticid® em comprimidos de 150 e 500 mg.
Sem recomendações específicas.
Classe B.
Nenhuma interação significativa.
Rompe a mitocôndria e liga-se ao DNA dos plasmódios.
Tratamento do Plasmodium vivax e Plasmodium ovale.
Dose de 15 mg/dia, 1 vez/dia por 14 dias, ou 45 mg 2 vezes/semana por 8 semanas.
Dor abdominal, náuseas, dispepsia, prurido, cefaleia, anemia em pacientes com deficiência da G6PD e raramente arritimias.
Comprimidos de 15 mg.
Hemograma e urianálise periódicos. Dosagem de eletrólitos e provas de hemólise conforme quadro clínico.
Classe C. Excreção no leite desconhecida.
Pode aumentar o efeito da teofilina, mitarzapina e outras medicações.
Diminui a captura de oxigênio e o metabolismo de carboidratos.
Tratamento do Plasmodium falciparum resistente à cloroquina.
Dose de ataque de 20 mg/kg e, depois, 10 mg/kg a cada 8 horas na malária grave; com a melhora do quadro clínico, pode-se passar para o uso oral. A medicação deve ser diluída em solução glicosada e infundida lentamente.
O uso oral é feito por meio do sulfato de quinino 650 mg a cada 8 horas por 3 a 10 dias, associando-se clindamicina (900 mg a cada 8 horas) ou doxiciclina (200 mg/dia).
Zumbido, cefaleia às vezes intensa, anemia hemolítica, embaçamento visual, hipoglicemia e arritmias
Impalud® e Quinino ampolas® com 500 e 600 mg e Sulfato de quinino® comprimidos de 500 mg.
Sem indicações específicas de monitoração.
Classe X.
Pode diminuir a ação da cloroquina; também aumenta efeito da amiodarona, glimeperida, fluoxetina, nateglinida, entre outras medicações.
Citotóxico por efeito de dano ao DNA.
Tratamento da giardíase, amebíase e tricomoníase.
Na amebíase, 50 a 60 mg/kg/dia por 3 a 5 dias.
Na giardíase, 30 a 50 mg/kg/dia em dose máxima de 2 g/dia em dose única.
Náuseas, vômitos, diarreia, flatulência, fadiga, anorexia, dispepsia e gosto amargo na boca.
Sem indicações específicas de monitoração.
Classe C.
Reação dissulfiram com o uso de álcool.