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Cefaléia febre e hemiparesia direita

Quadro clínico

Homem de 45 anos, com diarréia crônica há 5 meses. Evoluindo há 2 semanas com cefaléia e febre e nos últimos 5 dias com hemiparesia direita e quadro confusional.

 

Ressonância nuclear magnética do paciente

 

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Diagnóstico

            Neurotoxoplasmose em paciente HIV positivo. A toxoplasmose é uma doença causada pelo protozoário intracelular obrigatório Toxoplasma gondii. Em pacientes HIV+, devido à imunodeficiência, ocorre a reativação de cistos, previamente adquiridos, presentes nos tecidos, em particular o parênquima cerebral.

A toxoplasmose cerebral é considerada a principal causa de lesão neurológica focal em pacientes HIV+ em nosso meio. Ocorre geralmente em pacientes com CD4 < 200 e sua incidência tem diminuído, principalmente nos países desenvolvidos, devido ao uso de profilaxia para pneumonia por Pneumocystis carinni com SMX/TMP e a introdução da HAART (terapia antiretroviral de alta potência).

O quadro clínico consiste de déficit neurológico focal progressivo e cefaléia podendo ou não se associar à febre. Os sinais e sintomas podem variar dependendo da localização da lesão, por exemplo, hemiparesia contralateral, afasia ou convulsões ou se relacionar ao edema cerebral difuso levando a sonolência, estupor ou coma.

O diagnóstico baseia-se principalmente nos achados radiológicos e na resposta a terapêutica específica. A TC e a RM de encéfalo evidenciam lesões focais, geralmente múltiplas, localizadas preferencialmente nos núcleos da base, substância branca profunda e transição córtico-subcortical, associadas a edema cerebral e realce anelar das lesões. O LCR não auxilia o diagnóstico, a não ser nos casos duvidosos, para excluir ou sugerir outros diagnósticos.

O diagnóstico clínico é confirmado pela resolução das lesões após tratamento farmacológico adequado. O diagnóstico definitivo é baseado na biópsia da lesão e só deve ser considerado nos casos que não apresentem melhora clínica e radiológica após 2-4 semanas de tratamento empírico específico.  

O tratamento clássico baseia-se na associação de pirimetamina, sulfadiazina (ou clindamicina) e ácido folínico, por 6 semanas e na subseqüente profilaxia secundária. A profilaxia secundária estará indicada nos pacientes com CD4<100 e soropositividade para IgG-toxoplasma.