Paciente do sexo feminino, com 18 anos de idade, procura pronto-socorro após sentir dor torácica súbita, que piora quando há tosse e persiste por 12 horas desde o seu início. O exame físico torácico, incluindo ausculta pulmonar e cardíaca, é normal, porém há achado de crepitação subcutânea à palpação, o que se pode visualizar na Imagem 1.
Imagem 1 – Tomografia computadorizada (TC) de tórax.
Esta paciente apresenta enfisema cervical e mediastinal ou pneumomediastino, o qual é definido como a presença de ar ou outro gás no mediastino, sendo também conhecido como enfisema mediastinal e podendo ser categorizado como espontâneo ou traumático. O pneumomediastino traumático é causado por trauma contuso ou penetrante no tórax ou evento adverso, como o produzido pela ventilação mecânica ou cirurgia torácica.
Para esta doença, são identificadas as seguintes causas:
exacerbações agudas de asma – sendo a mais comum, representando cerca de 30% dos casos;
manobra de Valsalva (com frequência, associada a atividades desportivas intensas, tosse ou esforço induzido pelo uso de drogas);
vômitos;
infecções respiratórias;
cetoacidose diabética;
rotura esofágica;
inalação de corpo estranho;
inalação de gás hélio de balões de festa;
extração dentária;
barotrauma (voo ou mergulho);
inalação de drogas ilícitas.
Quanto ao quadro clínico, em até 90% dos casos é relatada dor torácica de característica retroesternal, pleurítica, podendo irradiar para o pescoço, os ombros e os braços. A dispneia também é comum, afetando de 25 a 100% dos casos, bem como a disfagia, que ocorre em 10 a 40% dos casos.
1. McMahon DJ. Spontaneous pneumomediastinum. Am J Surg 1976; 131:550.
2. Bodey, GP. Medical mediastinal emphysema. Ann Intern Med 1961; 54:46.
3. Mason, R. Pneumomediastinum and mediastinitis. In: Murray and Nadel's Textbook of Respiratory Medicine, 4th ed, Elsevier Health Sciences, 2005. Chapter 72.
"Acho importante colocar as principais condutas a serem feitas nos casos clínicos, bem como alguns diagnósticos diferenciais."