Paciente de 69 anos de idade, etilista crônico, com quadro de tosse há 2 meses e perda de peso. Há 5 dias, com quadro de rebaixamento do nível de consciência. Chegou no pronto-socorro com: frequência cardíaca (FC), 110bpm; pressão arterial (PA), 110x60mmHg; escala de coma de Glasgow (ECG), 12 (AO: 3; RM: 5; RV: 4); temperatura, 37,9º. A ausculta foi com creptações bilaterais. Realizou tomografia computadorizada (TC) de tórax, conforme mostram as Figuras 1 e 2.
TC: tomografia computadorizada.
Figura 1 - TC de tórax.
TC: tomografia computadorizada.
Figura 2 - TC de tórax.
O paciente realizou também punção liquórica, que demonstrou 248 células com 70% de neutrófilos e 24% de linfócitos; glicose no líquor de 4mg/dL e pesquisa do bacilo álcool-ácido resistente (BAAR) no líquor positivo e pesquisa do BAAR no escarro positiva, além de enzima adenosina deaminase (ADA) de 52.
Trata-se de quadro de tuberculose pulmonar, com imagem de infiltrado difuso de aparente disseminação broncogênica compatível com tuberculose. Além disso, há um rebaixamento de nível de consciência, provavelmente atribuído à infecção meníngea, que, com a positividade da baciloscopia, confirma o diagnóstico de tuberculose.
A positividade da baciloscopia na meningotuberculose é de apenas 15%; o fato de ser positivo sugere a importância da carga tuberculínica do paciente. O fato de a citologia liquórica ser predominantemente neutrofílica vai contra o diagnóstico de meningotuberculose; porém, na fase inicial, o líquor pode ser neutrofílico em vez de ter predomínio linfomononuclear. De qualquer forma, nesse caso, foi introduzida a terapia com ceftriaxona, em dose para meningite, e dexametasona.