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Paciente com 53 Anos de Idade e Cefaleia e Deficit em hemicorpo E

Paciente do sexo feminino, com 53 anos de idade, antecedente de hipertensão arterial sistêmica (HAS), com uso irregular de nifedipino, apresentou quadro de cefaleia de início súbito e síncope. Chegou com pressão arterial (PA) de 190 x 115mmHg e frequência cardíaca (FC) de 80bpm, apresentando hemiparesia discreta proporcionada em hemicorpo E.

Foi realizada uma tomografia computadorizada (TC) de crânio, que mostrou hematoma na região de cápsula, conforme mostra a Figura 1.

 

Figura 1 - TC de crânio.

TC: tomografia computadorizada.

 

A paciente tem idade típica do evento de hemorragia intraparenquimatosa e HAS significativa. A hipertensão grave está associada ao crescimento do hematoma e a piores desfecho. Sendo assim, o aumento da PA traduz-se em mais extravasamento de sangue para o cérebro. Por outro lado, a redução da PA pode reduzir o crescimento do hematoma.

Os consensos internacionais recomendam que os níveis pressóricos sejam mantidos abaixo de 180 x 105mmHg, porém estudos recentes mostraram que o controle agressivo da PA foi associado à diminuição do crescimento do hematoma, de modo que um alvo de PA <140/90mmHg é razoável e deve ser atingido com nitroprussiato de sódio.

Apesar da invasão ventricular, o hematoma não é lobar nem cerebelar; então, em princípio, não tem indicação cirúrgica. As indicações cirúrgicas clássicas em hemorragia intraparenquimatosa incluem compressão do tronco cerebral, hidrocefalia ou hemorragia cerebelar com deterioração neurológica.

Indicações relativas incluem uma hemorragia cortical ou de localização cerebelar, um exame clínico com piora progressiva e aumento do tamanho da hemorragia. Hematomas com mais de 3cm de diâmetro associados à deterioração neurológica também são uma indicação de intervenção cirúrgica.

 

Comentários

Por: Novos Portais em 27/07/2017 às 07:38:33

"Conciso e bem prático de ler."