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Hematoma Subdural

Paciente do sexo masculino, com 67 anos de idade, portador de hipertensão em uso irregular de medicações, teve queda da própria altura em casa ao escorregar no banheiro durante o banho. Chega ao pronto-socorro desorientado e sonolento, estável hemodinamicamente. É avaliado quanto ao ABCD do trauma. Após averiguar que estava estável, foi levado à tomografia computadorizada (TC), cujo achado principal está na Figura 1.

 

 

TC: tomografia computadorizada.

Figura 1 - Detalhe da TC.

 

 

Discussão

 

Esse achado é de um hematoma subdural já apresentando desvio de linha média. O hematoma subdural e o hematoma peridural são caracterizados por hemorragia nos espaços que rodeiam o cérebro. Os hematomas subdurais se formam entre a dura-máter e as membranas aracnoides. Os hematomas epidurais surgem no espaço potencial entre a dura e o crânio.

Os pacientes com atrofia cerebral significativa apresentam alto risco de hematoma subdural. Essa categoria inclui os idosos, aqueles com história de abuso de álcool crônico e aqueles com lesão cerebral traumática anterior. Em tais pacientes, um trauma trivial da cabeça, ou mesmo a lesão tipo “chicote” puro na ausência de impacto físico, pode produzir um hematoma subdural.

O risco de hematoma subdural está bastante associado ao coeficiente internacional normatizado (INR) >4,0. O hematoma subdural espontâneo refere-se à hemorragia na ausência de fatores provocadores, como atrofia cerebral difusa, traumatismo craniano ou anticoagulação, e corresponde a menos de 3% dos casos. Tais hemorragias podem ocorrer devido à ruptura de um ramo cortical da artéria cerebral média.

Além disso, o hematoma subdural acompanha 0,5 a 7,9% das hemorragias subaracnoideias aneurismáticas; pode também ocorrer por sangramento devido a outros distúrbios subjacentes como malformação arteriovenosa, meningioma, metástases na dura-máter e coagulopatias.

O coma está presente desde o momento da lesão em, aproximadamente, 50% dos casos agudos de hematoma subdural. No entanto, até 38% dos pacientes têm um “intervalo lúcido” transitório seguido por um declínio neurológico progressivo até chegar ao coma. O hematoma subdural crônico pode apresentar o início insidioso com dores de cabeça, alterações de sensibilidade, deficiência cognitiva, apatia, sonolência e, ocasionalmente, convulsões.

 

Bibliografia

 

1.         Victor M, Ropper A. Craniocerebral trauma. In: Adams and Victor's Principles of Neurology, 7th ed, Victor M, Ropper A. (Eds), McGraw-Hill, New York 2001. p.925.

2.         Haselsberger K, Pucher R, Auer LM. Prognosis after acute subdural or epidural haemorrhage. Acta Neurochir (Wien) 1988; 90:111.

3.         Gennarelli TA, Thibault LE. Biomechanics of acute subdural hematoma. J Trauma 1982; 22:680.

4.         Besenski N. Traumatic injuries: imaging of head injuries. Eur Radiol 2002; 12:1237.