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Teste de Extensão do Braço para Excluir Fratura de Cotovelo

Autor:

Euclides F. de A. Cavalcanti

Médico Colaborador da Disciplina de Clínica Médica do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP

Última revisão: 25/01/2009

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Teste de extensão do cotovelo para excluir fratura de cotovelo: estudo multicêntrico, prospectivo de validação e observacional de acurácia diagnóstica em adultos e crianças.

Elbow extension test to rule out elbow fracture: multicentre, prospective validation and observational study of diagnostic accuracy in adults and children. BMJ 2008;337;a2428 [Link para PubMed].

 

Fator de impacto da revista (British Medical Journal): 9,723.

 

Contexto Clínico

Lesões traumáticas de cotovelo são extremamente comuns, representando 2 a 3% dos atendimentos no departamento de emergência2. Sabemos, no entanto, que uma minoria dos pacientes atendidos tem fratura de cotovelo, e um teste clínico com boa sensibilidade para excluir fraturas ajudaria a diminuir o número de radiografias solicitadas e os custos relacionados ao atendimento. Estudos anteriores com menor número de pacientes indicam que a capacidade de estender completamente o braço poderia excluir fratura óssea clinicamente significativa e, portanto, este simples teste tem sido proposto como forma de afastar a necessidade de se realizar uma radiografia 3,4,5.

 

O Estudo

O presente estudo objetivou validar a prática de não se realizar radiografia em adultos com extensão normal do cotovelo após lesão traumática. Esta prática foi pouco estudada previamente em crianças, motivo pelo qual o presente estudo foi apenas observacional para as crianças atendidas.

Foram avaliados 2127 adultos e crianças com lesão aguda de cotovelo em 5 departamentos de emergência da Inglaterra.

O teste de extensão do cotovelo foi realizado para determinar se os adultos fariam ou não radiografia de cotovelo. Pacientes com extensão completa do cotovelo não realizaram radiografia e foram liberados com analgesia e tipóia se necessário.

Já as crianças realizaram radiografia a critério do médico atendente, independentemente do teste de extensão do cotovelo.

Todos os pacientes que não fizeram radiografia foram contatados por telefone em 7 a 10 dias após a alta. Os pacientes com qualquer um dos seguintes critérios foram solicitados a retornar ao departamento de emergência para realização de radiografia: 1) incapacidade de estender o cotovelo completamente; 2) dor piorando ou sem melhora; 3) problemas funcionais (dificuldade em utilizar o braço); ou 4) preocupações do paciente ou pesquisador além das já citadas. Os demais pacientes que não necessitaram retornar ao departamento de emergência foram considerados como não portadores de fratura clinicamente significativa.

 

Resultados

Dos 1740 pacientes elegíveis, 602 pacientes conseguiram estender completamente o cotovelo. Dentre os adultos, apenas 1,6% dos pacientes que conseguiram estender o cotovelo tinham fraturas (5 em 311), sendo que apenas 2 pacientes com fratura de olecrano necessitaram conduta cirúrgica. Dentre as crianças apenas 4,2% dos pacientes que conseguiram estender o cotovelo (12 em 289) tinham fraturas. Já entre os pacientes que não conseguiram estender completamente o cotovelo 48% dos adultos e 43% das crianças tinham fratura de cotovelo.

 

Aplicações para a Prática Clínica

Neste estudo este teste simples apresentou alta sensibilidade para detectar fraturas de cotovelo após trauma, tornando o teste de extensão do cotovelo um bom teste de triagem em pacientes deste tipo, e fazendo com que a radiografia não seja obrigatoriamente necessária se a suspeita de fratura não for muito alta. Já entre os que não conseguiram realizar o teste de extensão o risco de fratura é de mais de 40%, sendo a radiografia mandatória. Os pacientes que não fizerem radiografia após trauma de cotovelo e que persistirem com sintomas após 7 a 10 dias deverão retornar para reavaliação e radiografia.

 

Bibliografia

1.    Appelboam A, Reuben AD, Benger JR et al. Elbow extension test to rule out elbow fracture: multicentre, prospective validation and observational study of diagnostic accuracy in adults and children. BMJ 2008;337;a2428

2.    Lennon RI, Riyat MS, Hilliam R, Anathkrishnan G, Alderson G. Can a normal range of elbow movement predict a normal elbow x ray? Emerg Med J 2007;24:86-8.

3.    Docherty MA, Schwab RA, Ma OJ. Can elbow extension be used as a test of clinically significant injury? South Med J 2002;95:539-41.

4.    HawksworthCR, FreelandP. Inability to fully extend the injured elbow: an indicator of significant injury. Arch Emerg Med 1991;8:253-6.

5.    Dildar S. Inability to fully extend and supinate the injured elbow: an indicator of significant injury. Todays Emergency 2007;12:6-7.

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