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Delirium em idosos institucionalizados

Autor:

Leonardo da Costa Lopes

Especialista em Geriatria pela SBGG; Médico Colaborador do Serviço de Geriatria do HC-FMUSP; Médico Assistente da Divisão de Clínica Médica do HU-USP

Última revisão: 04/07/2010

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Delirium em idosos institucionalizados

 

Delírium em instituições de longa permanência (ILP): um grave indicador de morbidade1

 

Fator de impacto da revista (archives of gerontology and geriatrics): 1.270

 

Contexto Clínico

     Há uma perspectiva de que, com o crescimento da população de idosos com mais de 80 anos, haja um crescimento no número de indivíduos dependentes que possam necessitar do apoio de instituições de longa permanência (ILP). Nestas instituições, a demência e o delirium são as doenças cognitivas mais prevalentes. Nos pacientes dementados, os quadros de delirium habitualmente denotam alguma condição clínica subjacente grave, que necessita de rápido reconhecimento e tratamento, por se associar a altas taxas de mortalidade.

 

O Estudo

    O trabalho teve por objetivo estudar a incidência de delirium e determinar seus preditores nos idosos com demência, funcionalmente dependentes e moradores em ILP. Buscou-se ainda determinar o impacto dos fatores de risco na duração e no desfecho do episódio de delirium. O estudo foi prospectivo e conduzido em uma única ILP em Israel. Foram incluídos todos os idosos com mais de 65 anos admitidos consecutivamente nesta ILP e excluídos os que se apresentavam em estado clínico terminal. Foram avaliados  322 idosos. O diagnóstico de delirium foi obtido através do Confusion Assessment Method (CAM) e do Delirium Rating Scale (DRS). Foram determinados os diagnósticos clínicos, realizadas determinações laboratoriais e aplicadas baterias cognitivas e funcionais.

 

Resultados

     A idade média dos idosos avaliados foi de 79 anos. A ocorrência de delirium foi de 34%. O tipo predominante foi o misto (42%), seguido do hipoativo (34%). As etiologias mais frequentes foram infecciosas (58%), anormalidades metabólicas (36%) e efeitos adversos de drogas (18%). A duração média do delirium foi de 16 dias e os preditores independentes que influenciaram nesta duração foram: baixos níveis de albumina, alto número de comorbidades, gênero masculino, idade avançada e doença cardiovascular.  A resolução completa do quadro de delirium foi observada em 33% dos casos e a persistência em 12%. A mortalidade dos afetados foi de 48%, a maior parte no primeiro mês após o diagnóstico. A causa principal de morte foi infecciosa (70%), predominando a pneumonia (39%) e a sepse (32%). Os fatores preditores independentes para mortalidade foram: infecção, idade avançada, baixos níveis de albumina, desidratação e insuficiência cardíaca.

 

Aplicações para a Prática Clínica

     O reconhecimento precoce do quadro de delirium, através da detecção de seus fatores de risco é medida fundamental no manejo de populações em que os quadros confusionais são mais incidentes. Assim é possível implementar tratamentos mais eficazes, na tentativa de reduzir a elevada mortalidade desta condição, especialmente nos idosos fragilizados moradores em ILP.

 

Bibliografia

1.             Arinzon Z, Peisakh A, Schrire S, Berner YN. Delirium in long-term care setting: Indicator to severe morbidity. Arch Geron Geriatrics 2010 (article in press).

 

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