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Tratamento laparoscópico da dor pélvica crônica

Autor:

Tatiana Pfiffer Favero

Médica Assistente e Pós-graduanda do Departamento de Ginecologia e Obstetrícia do Hospital Charité-Universitätsmedizin Berlin, Alemanha.

Última revisão: 02/03/2012

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Especialidades: Ginecologia / Cirurgia Geral

 

Resumo

Estudo multicêntrico, prospectivo e randomizado que objetivou avaliar a eficácia da ablação neural do ligamento uterossacral feito por via laparoscópica (LUNA) em pacientes com algia pélvica crônica.

 

Contexto clínico

A dor pélvica crônica é uma condição clínica frequente, de etiologia multifatorial e responsável por um prejuízo importante da qualidade de vida de muitas mulheres. Seu tratamento apresenta quase sempre resultados insatisfatórios, representando, assim, um desafio ao profissional de saúde. Acredita-se que pelos ligamentos uterossacrais passem fibras sensoriais correspondentes ao útero, ao colo uterino e a outros órgãos pélvicos. A interrupção cirúrgica de tais nervos poderia potencialmente ajudar no controle dos sintomas, sendo utilizada há décadas como uma interessante opção terapêutica. Mais recentemente, com o advento da laparoscopia, esta intervenção tornou-se progressivamente mais realizada. No entanto, sua real eficácia no controle da dor destas pacientes permanece incerta e, portanto, sua indicação é controversa. O presente estudo procurou avaliar o impacto da LUNA primariamente em termos de melhora da dor e, secundariamente, na qualidade de vida das pacientes.

 

O estudo

Trata-se de um estudo prospectivo, randomizado e multicêntrico conduzido no Reino Unido entre 1998 e 2005. Foram avaliadas 487 mulheres com dor pélvica crônica com duração superior a 6 meses, na presença ou ausência de endometriose, processos aderenciais ou doença inflamatória pélvica. As pacientes foram aleatoriamente alocadas em 2 grupos: 243 mulheres que receberam ablação laparoscópica bilateral dos ligamentos uterossacrais (LUNA) e 244 mulheres submetidas a laparoscopia, porém sem a realização da interrupção neural cirúrgica. A quantificação da dor foi obtida por meio de uma escala visual e tambem foi especificada em 3 tipos: dor acíclica, dismenorreia e dispareunia. Após um seguimento médio de 69 meses, observou-se que não houve uma melhora significativa no controle da dor para qualquer um dos seus subtipos, assim como também não se observou uma mudança substancial em termos de qualidade de vida.

 

Aplicações para a prática clínica

O estudo fornece suporte científico para justificar que a realização da LUNA não resulta em melhora expressiva tanto da dor quanto da qualidade de vida em pacientes com algia pélvica crônica.

 

Bibliografia

1.   Daniels J, Gray R, Hills RK, Latthe P, Buckley L, Gupta J et al. Laparoscopic uterosacral nerve ablation for alleviating chronic pelvic pain: a randomized controlled trial. JAMA 2009;302(9):955-961. [link para o artigo] (Fator de Impacto: 30,0).

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