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Hipertensão sistólica em idosos deve ser tratada?

Autor:

Lucas Santos Zambon

Doutorado pela Disciplina de Emergências Clínicas Faculdade de Medicina da USP; Médico e Especialista em Clínica Médica pelo HC-FMUSP; Diretor Científico do Instituto Brasileiro para Segurança do Paciente (IBSP); Membro da Academia Brasileira de Medicina Hospitalar (ABMH); Assessor da Diretoria Médica do Hospital Samaritano de São Paulo.

Última revisão: 05/08/2013

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Especialidades: Medicina de Família / Cardiologia / Geriatria

 

Resumo

Este estudo mostra se há algum impacto em se realizar o tratamento de hipertensão sistólica em idosos frágeis.

 

Contexto clínico

O controle da hipertensão em idosos é, muitas vezes, difícil de ser feito. Além disso, são vistas muitas inadequações nos tratamentos realizados. Um estudo publicado no New England Journal of Medicine em 2008 (link para o artigo) sobre tratamento de hipertensão em idosos com 80 anos ou mais mostrou benefícios do ponto de vista de mortalidade cardiovascular, mas não se sabe se isso é reprodutível em pacientes mais frágeis ou mais doentes.

 

O estudo

Pesquisadores dos EUA classificaram pacientes idosos quanto à fragilidade utilizando a velocidade ao andar como medida. Foram incluídos 2.340 idosos com idade média de 74 anos, dentre os quais 50% tinham hipertensão sistólica. Os pacientes foram classificados como caminhada rápida ou lenta com base em um corte em 0,8 metros/segundo de deslocamento.

Em 7 anos de seguimento, 589 pacientes morreram, com uma taxa de 70 pacientes/1.000 pessoas-ano entre os de caminhar mais lento, e 24 pacientes/1.000 pessoas-ano entre os de caminhar mais rápido.

Na análise multivariada ajustada para parâmetros clínicos e demográficos, a mortalidade entre os idosos mais lentos ao caminhar não se diferencia com base na presença de hipertensão sistólica; entretanto entre os de caminhar mais rápido, a mortalidade foi 35% maior naqueles com hipertensão sistólica. Nenhuma associação foi achada entre mortalidade e hipertensão diastólica em ambos os grupos.

 

Aplicações para a prática clínica

Este estudo é extremamente interessante para demonstrar que o tratamento agressivo da hipertensão sistólica em idosos mais frágeis não tem qualquer benefício clínico, e eventualmente pode ser até mesmo deletério. É muito bom verificar que as evidências em pacientes idosos têm aumentado, uma vez que foram populações sempre excluídas de estudos randomizados, mas frente ao crescimento da população de idosos no mundo, diversas perguntas sobre tratamento devem ser respondidas. Por hora, o que é possível afirmar é que não vale a pena investir no tratamento de hipertensão sistólica em idosos que apresentem algum grau de fragilidade bem determinado.

 

Bibliografia

1.    Odden MC, Peralta CA, Haan MN, Covinsky KE. Rethinking the association of high blood pressure with mortality in elderly adults: the impact of frailty. Arch Intern Med 2012?Aug 13/27; 172:1162. (http://dx.doi.org/ 10.1001/archinternmed.2012.2555) (link para o artigo)

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