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Diretriz – 5 Recomendações do que NÃO fazer em neurologia

Autor:

Lucas Santos Zambon

Doutorado pela Disciplina de Emergências Clínicas Faculdade de Medicina da USP; Médico e Especialista em Clínica Médica pelo HC-FMUSP; Diretor Científico do Instituto Brasileiro para Segurança do Paciente (IBSP); Membro da Academia Brasileira de Medicina Hospitalar (ABMH); Assessor da Diretoria Médica do Hospital Samaritano de São Paulo.

Última revisão: 07/08/2013

Comentários de assinantes: 1

Especialidades: Segurança do Paciente / Neurologia

 

Resumo

Esta é uma diretriz diferente da Academia Americana de Neurologia, que ressalta práticas que NÃO devem ser adotadas no manejo de determinadas condições neurológicas.

 

Contexto clínico

O American Board of Internal Medicine (Conselho Americano de Medicina Interna) e o Consumer Reports (organização dos EUA sem fins lucrativos que busca as melhores informações para os consumidores em diferentes áreas) lançaram uma campanha nos EUA em busca de escolhas “mais sábias” para os pacientes. A American Academy of Neurology (Academia Americana de Neurologia) entrou para esta campanha e lançou a diretriz apresentada a seguir, com recomendações sobre atitudes que devem ser evitadas tendo em vista a segurança do paciente, o benefício duvidoso ou o custo sem benefício de condutas quanto à área de neurologia.

 

Recomendações – Atualizações

1.    NÃO realizar eletrencefalograma (EEG) na investigação de cefaleias. Razão: as características clínicas das cefaleias têm melhor acurácia diagnóstica para as cefaleias primárias do que exames. Quando houver uma suspeita clínica de lesões em sistema nervoso central, neuroimagens são muito melhores que EEG no diagnóstico.

2.    NÃO realizar ultrassonografia de carótidas na investigação de síncopes sem outros sintomas neurológicos. Razão: síncope é um quadro clínico muito comum e doença de carótida causa sintomas neurológicos focais. Portanto, o uso indiscriminado de ultrassonografia pode resultar em procedimentos desnecessários.

3.    NÃO utilizar opioides e butalbital como primeira linha de tratamento em enxaqueca. Razão: analgésicos não opioides funcionam muito bem nesses casos e existem tratamentos específicos para enxaqueca. Opioides e butalbital aumentam o risco de cefaleias por abuso de analgésicos e de cefaleia crônica. Opioides podem ser considerados por períodos de até 9 dias por mês quando houver falência de outros tratamentos ou comorbidades clínicas que impeçam o uso de tratamentos de primeira escolha.

4.    NÃO prescreva medicações modificadoras de doença para pacientes com esclerose múltipla progressiva. Razão: estas medicações (interferon-beta e acetato de glatirâmero) não demonstraram eficácia em reduzir a progressão da doença e têm um perfil ruim para efeitos adversos.

5.    NÃO recomende endarterectomia de carótida para pacientes com estenose de carótida assintomática, exceto se a taxa de complicações esperada para o procedimento for menos de 3%. Razão: o benefício para estes procedimentos em pacientes assintomáticos é muito pequeno, portanto, a taxa de complicações da angiografia e de complicações cirúrgicas deve ser < 3% para compensar a indicação de realizar a endarterectomia.

 

Bibliografia

1.    Langer-Gould AM, Anderson WE, Armstrong MJ, Cohen AB, Eccher MA, Iverson DJ et al. The American Academy of Neurology's top five choosing wisely recommendations. Neurology 2013 Feb 20; [e-pub ahead of print]. (link para o artigo)

Comentários

Por: joão francisco tussolini em 09/08/2015 às 17:17:53

"Achei esse artigo de Lucas Santos Zambon extremamente oportuno. O item numero 1, poderá fazer reduzir o número de pedidos de EEGs para essa finalidade (Cefaléia). Como o Autor refere não tem indicação e eu acrescento dependendo do laudo do EEG - abra-se um monte de dúvidas para o paciente e a família. Parabéns pelo artigo e continue nessa linha, pois temos muito mais "Recomendações do que NÃO fazer em neurologia". Abraços Tussolini - Neuropediatra"

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