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Dopamina ou noradrenalina no choque séptico?

Autor:

Lucas Santos Zambon

Doutorado pela Disciplina de Emergências Clínicas Faculdade de Medicina da USP; Médico e Especialista em Clínica Médica pelo HC-FMUSP; Diretor Científico do Instituto Brasileiro para Segurança do Paciente (IBSP); Membro da Academia Brasileira de Medicina Hospitalar (ABMH); Assessor da Diretoria Médica do Hospital Samaritano de São Paulo.

Última revisão: 24/09/2013

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Especialidades: Medicina de Emergência / Terapia Intensiva

 

Resumo

Esta é uma metanálise que comparou os efeitos em mortalidade de duas drogas muito utilizadas no choque séptico: dopamina e noradrenalina.

 

Contexto clínico

O uso de drogas vasopressoras é a base do tratamento do choque séptico. Há muito tempo existe uma grande controvérsia sobre qual seria a melhor droga a ser utilizada. Este estudo apresenta uma metanálise sobre os resultados comparativos entre as duas drogas mais utilizadas no choque séptico como vasopressoras: dopamina e noradrenalina. Afinal, qual é a melhor?

 

O estudo

Esta é uma metanálise sobre os desfechos de pacientes em choque séptico quando comparado o uso de dopamina com noradrenalina como droga vasopressora utilizada. O desfecho principal que foi analisado foi mortalidade em 28 dias. Também foi analisada a taxa de eventos adversos com as duas drogas.

Esta revisão incluiu estudos observacionais e ensaios clínicos randomizados. Foram encontrados 5 estudos observacionais (total de 1.360 pacientes) e 6 estudos randomizados (1.408 pacientes).

Os estudos observacionais tiveram muita heterogeneidade do ponto de vista metodológico e, ao excluir um estudo que era o mais responsável por esta heterogeneidade, foi observada que a dopamina estava associada a maior risco de morte (RR 1,23; IC95% 1,05 – 1,43; P < 0,01).

Os estudos randomizados não apresentaram heterogeneidade significativa. Neles, a dopamina também demonstrou oferecer maior risco de morte (RR 1,12; IC95% 1,01 – 1,20; P=0,035).

Quanto à ocorrência de eventos adversos, as arritmias são as mais analisadas. A dopamina também se mostrou pior neste quesito, oferecendo mais riscos de arritmias entre os pacientes (RR 2,34; IC95% 1,46 – 3,77; P=0,001).

 

Aplicações para a prática clínica

Esta metanálise demonstra um resultado extremamente desfavorável para o uso da dopamina como vasopressor durante o tratamento do choque séptico. Há maior mortalidade com seu uso demonstrada tanto por estudos observacionais como por ensaios clínicos randomizados. Além disso, é uma droga que promove mais eventos adversos, causando mais arritmias nos pacientes usuários. Sendo assim, a grande conclusão desta metanálise é: não utilizar dopamina como vasopressor em pacientes com choque séptico. Fica a noradrenalina como droga de escolha em definitivo.

 

Bibliografia

1.    De Backer D, Aldecoa C, Njimi H, Vincent J-L. Dopamine versus norepinephrine in the treatment of septic shock: a meta-analysis. Crit Care Med 2012; 40:725-30. (link para o artigo).

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