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Mortalidade por Altas e Baixas Temperaturas Ambientes

Autor:

Lucas Santos Zambon

Doutorado pela Disciplina de Emergências Clínicas Faculdade de Medicina da USP; Médico e Especialista em Clínica Médica pelo HC-FMUSP; Diretor Científico do Instituto Brasileiro para Segurança do Paciente (IBSP); Membro da Academia Brasileira de Medicina Hospitalar (ABMH); Assessor da Diretoria Médica do Hospital Samaritano de São Paulo.

Última revisão: 26/10/2015

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Contexto Clínico

Embora alguns estudos prévios deem estimativas de mortes prematuras atribuíveis ao calor ou ao frio em alguns países, nenhum estudo até agora tem oferecido uma avaliação sistemática em toda a faixa de temperatura em populações expostas a diferentes climas. O objetivo do estudo que mostraremos foi quantificar a carga de mortalidade total atribuível a temperatura ambiente não ótimas, e as contribuições relativas de calor e frio e de temperaturas moderadas e extremas.

 

O Estudo

Foram coletados dados de 384 locais na Austrália, no Brasil, no Canadá, na China, na Itália, no Japão, na Coreia do Sul, na Espanha, na Suécia, em Taiwan, na Tailândia, no Reino Unido e nos EUA. Foi montado um modelo temporal para cada local, controlando para as tendências e dias da semana. Foram estimadas associações temperatura-mortalidade. Calculou-se as mortes atribuíveis para calor e frio, definidos como as temperaturas acima e abaixo da temperatura ótima, que correspondiam ao ponto de mortalidade mínima, e para temperaturas moderadas e extremas, definidas usando cortes nas posições de percentil 2,5 e 97,5 de temperatura.

Foram analisadas 74.225.200 mortes em vários períodos entre 1985 e 2012. No total, 7,71% da mortalidade deveu-se a temperatura não ótima nos países selecionados no âmbito do estudo, com diferenças substanciais entre os países, variando de 3,37% na Tailândia para 11,00% na China. O percentil de temperatura com mínima mortalidade variou entre o percentil 60 em áreas tropicais e percentil 80-90th em regiões temperadas. Mais mortes atribuíveis à temperatura foram causadas pelo frio (7,29%) do que pelo calor (0,42%). Temperaturas quentes e frias extremas foram responsáveis por 86% da mortalidade total.

 

Aplicações Práticas

O que este estudo nos traz é extremamente interessante. Em primeiro lugar, é bastante nítido observar com base nos dados que a maior parte da carga de mortalidade relacionada com a temperatura foi atribuível à contribuição do frio. O efeito de temperaturas extremas em determinados dias foi substancialmente inferior ao atribuível a um clima mais ameno, mas não ótimo. Esta prova tem implicações importantes para o planejamento de intervenções de saúde pública para minimizar as consequências de saúde de temperaturas adversas, e para previsões de efeito futuro em cenários de alterações climáticas.

 

Bibliografia

Gasparrini A et al. Mortality risk attributable to high and low ambient temperature: a multicountry observational study. The Lancet. DOI: http://dx.doi.org/10.1016/S0140-6736(14)62114-0.

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