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Pioglitazona e Risco de Câncer em Diabéticos

Autor:

Lucas Santos Zambon

Doutorado pela Disciplina de Emergências Clínicas Faculdade de Medicina da USP; Médico e Especialista em Clínica Médica pelo HC-FMUSP; Diretor Científico do Instituto Brasileiro para Segurança do Paciente (IBSP); Membro da Academia Brasileira de Medicina Hospitalar (ABMH); Assessor da Diretoria Médica do Hospital Samaritano de São Paulo.

Última revisão: 23/11/2015

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Contexto Clínico

A pioglitazona é uma medicação que estaria associada a uma maior chance de desenvolver câncer de bexiga. Entretanto este dado precisa ser mais bem consolidado, para verificar se é necessário mudar o uso dessa medicação.

 

O Estudo

Esse é um estudo observacional do tipo coorte aninhado com caso-controle entre pessoas com diabetes mellitus feito na Califórnia nos EUA. Uma coorte com enfoque em câncer de bexiga acompanhou 193.099 pacientes com 40 anos ou mais entre 1997-2002 até 2012; 464 casos e 464 controles pareados foram questionados sobre fatores de confusão adicionais. Ainda houve outrocoorte para analisar outros dez tipos de câncer adicionais e que incluiu 236.507 pessoas com 40 anos ou mais de idade desde 1997-2005 até 2012. Foram avaliadas a utilização de pioglitazona, a duração de uso e a dose cumulativa. E como desfechos foram verificadas a ocorrência de câncer de bexiga, próstata, mama, pulmão, endométrio, cólon, linfoma não Hodgkin, pâncreas, rim/pelve renal, reto e melanoma.

Entre as 193.099 pessoas na coorte do câncer de bexiga, 34.181 (18%) receberam pioglitazona (duração média, 2,8 anos; intervalo, 0,2-13,2 anos) e 1.261 tiveram câncer de bexiga. Incidências brutas de câncer de bexiga em usuários e não usuários pioglitazona foram de 89,8 e 75,9 por 100.000 pessoas-ano, respectivamente. Nunca usar de pioglitazona não foi associado com risco de câncer de bexiga (hazard ratio ajustado [HR], 1,06; IC95%: 0,89-1,26). Os resultados foram similares em análises de caso-controle (uso de pioglitazona: 19,6% entre os pacientes de casos e 17,5% entre os controles; odds ratio ajustado: 1,18; IC95%, 0,78-1,80). Na análise ajustada, não houve associação com oito dos dez cânceres adicionais; nunca usar pioglitazona foi associado com aumento do risco de câncer de próstata (HR, 1,13; IC95%: 1,02-1,26) e câncer de pâncreas (HR, 1,41; IC95%: 1,16-1,71). As incidências brutas de câncer de próstata e câncer de pâncreas em usuários de pioglitazona vs não-usuários foram 453,3 vs 449,3 e 81,1 vs 48,4 por 100.000 pessoas-ano, respectivamente. Não foram observados padrões claros de risco para qualquer tipo de câncer com relação ao tempo de início, duração, ou dose.

 

Aplicações Práticas

O que esse estudo demonstra é que o uso de pioglitazona não foi associado com um aumento estatisticamente significativo de câncer de bexiga. Por outro lado, ficou mais claro o aumento dos riscos de câncer de próstata e de câncer de pâncreas associados com o uso de pioglitazona. Aparentemente, essa é uma medicação que não é isenta de riscos. Enquanto não há um dado mais definitivo, é bom ter em mente os riscos de câncer que parecem estar associados com o uso dessa droga.

 

Bibliografia

Lewis JD et al. Pioglitazone Use and Risk of Bladder Cancer and Other Common Cancers in Persons With Diabetes. JAMA. 2015;314(3):265-277.

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