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Bivalirudina ou Heparina Não Fracionada em Síndrome Coronariana Aguda

Autor:

Lucas Santos Zambon

Doutorado pela Disciplina de Emergências Clínicas Faculdade de Medicina da USP; Médico e Especialista em Clínica Médica pelo HC-FMUSP; Diretor Científico do Instituto Brasileiro para Segurança do Paciente (IBSP); Membro da Academia Brasileira de Medicina Hospitalar (ABMH); Assessor da Diretoria Médica do Hospital Samaritano de São Paulo.

Última revisão: 10/02/2016

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Contexto Clínico

Parte da conduta básica em síndromes coronarianas agudas é a anticoagulação. E para esta existem diversas opções. Existem evidências conflitantes sobre a eficácia e segurança da bivalirudina administrada como parte da intervenção coronária percutânea (ICP) em pacientes com síndrome coronariana aguda.

 

O Estudo

Neste ensaio clínico, foram distribuídos aleatoriamente 7.213 pacientes com síndrome coronariana aguda que foram encaminhados para ICP precocemente para receber bivalirudina ou heparina não fracionada. Os pacientes no grupo bivalirudina foram posteriormente distribuídos aleatoriamente para receber ou não uma infusão de bivalirudin pós-ICP. Os desfechos primários para a comparação entre bivalirudina e heparina foram a ocorrência de eventos adversos cardiovasculares (um composto de morte, infarto do miocárdio ou acidente vascular cerebral) e eventos clínicos adversos (um composto de hemorragia grave ou um grande evento cardiovascular adverso). O desfecho primário para comparação da infusão ou não de bivalirudina pós-ICP foi um composto de revascularização urgente do vaso-alvo, trombose de stent definitiva, ou eventos clínicos adversos.

A taxa de eventos cardiovasculares adversos não foi significativamente menor com bivalirudina do que com heparina (10,3% e 10,9%, respectivamente; risco relativo 0,94; IC95% 0,81-1,09; P = 0,44), nem a taxa de eventos clínicos adversos (11,2% e 12,4%, respectivamente; risco relativo 0,89; IC95%, 0,78-1,03; P = 0,12). A perfusão com bivalirudina pós-ICP, em comparação com nenhuma infusão, não diminuiu significativamente a taxa de revascularização urgente do vaso-alvo, trombose de stent definitiva, ou eventos clínicos adversos líquidos (11,0% e 11,9%, respectivamente; risco relativo  0,91; IC95%  0,74 - 1,11; P = 0,34).

 

Aplicações Práticas

O que podemos concluir com este estudo com um número bastante grande de pacientes participantes é que a bivalirudina não ofereceu vantagens. Para  pacientes com síndrome coronariana aguda, as taxas de eventos cardiovasculares adversos maiores e eventos clínicos adversos não foram significativamente menores com bivalirudina do que com heparina não fracionada. A taxa composta de revascularização urgente do vaso-alvo, trombose de stent definitiva, ou eventos clínicos adversos também não foi significativamente menor com uma infusão de bivalirudin pós-ICP.

Dado que heparina não fracionada é uma droga barata e já há experiência com seu uso, o que este estudo demonstra é que não devemos migrar para o uso de bivalirudina como anticoagulante para realizar intervenção coronária percutânea, e que também não há vantagens em usar essa medicação no pós-intervenção.

 

 

Referências

Valgimigli M et al. Bivalirudin or Unfractionated Heparin in Acute Coronary Syndromes. N Engl J Med 2015; 373:997-1009.

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