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Estudo Randomizado sobre Artroplastia Total de Joelho

Autor:

Lucas Santos Zambon

Doutorado pela Disciplina de Emergências Clínicas Faculdade de Medicina da USP; Médico e Especialista em Clínica Médica pelo HC-FMUSP; Diretor Científico do Instituto Brasileiro para Segurança do Paciente (IBSP); Membro da Academia Brasileira de Medicina Hospitalar (ABMH); Assessor da Diretoria Médica do Hospital Samaritano de São Paulo.

Última revisão: 17/02/2016

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Contexto Clínico

Não temos números brasileiros fidedignos, mas mais de 670.000 artroplastias totais de joelho são realizadas anualmente nos Estados Unidos. No Brasil os números também são elevados. No entanto, não existem evidências de alta qualidade para apoiar a eficácia do procedimento, em comparação com as intervenções não cirúrgicas.

 

O Estudo

Este foi um estudo randomizado controlado com 100 pacientes com osteoartrite do joelho moderada a grave elegível  para a artroplastia total do joelho unilateral. Os pacientes foram randomizados para submeter-se a artroplastia total do joelho, seguido por 12 semanas de tratamento não cirúrgico (grupo-artroplastia total) ou para receber apenas as 12 semanas de tratamento não cirúrgico (grupo não  cirúrgico), que foi realizado por fisioterapeutas e nutricionistas e consistiu de exercício, educação, aconselhamento dietético, uso de palmilhas e medicação para a dor. O desfecho primário foi a alteração entre a linha de base e 12 meses na pontuação média em quatro subescalas do “Knee Injury and Osteoarthritis Outcome Score”, abrangendo dor, sintomas, atividades da vida diária e qualidade de vida (KOOS4); as pontuações variam de 0 (pior) a 100 (melhor).

Um total de 95 pacientes completou  a avaliação de acompanhamento de 12 meses. No grupo não cirúrgico, 13 pacientes (26%) foram submetidos à substituição total do joelho antes do 12 meses de seguimento; no grupo artroplastia total, 1 paciente (2%) recebeu apenas tratamento não cirúrgico. Na análise de intenção de tratar, o grupo artroplastia total teve maior melhoria na pontuação do KOOS4 do que o grupo não cirúrgico (32,5 vs. 16,0; diferença média 15,8 [IC95%, 10,0 a 21,5]). O grupo artroplastia total apresentou maior número de eventos adversos graves do que o grupo não-cirúrgico-tratamento (24 vs. 6, P = 0,005).

 

Aplicações Práticas

 A grande conclusão desse estudo é que em pacientes com osteoartrite do joelho que eram elegíveis para a artroplastia total do joelho unilateral, o tratamento com artroplastia total do joelho, seguido do tratamento não cirúrgico resultou em maior alívio da dor e melhora funcional após 12 meses do que nos pacientes que fizeram tratamento não cirúrgico apenas. No entanto, a artroplastia total do joelho foi associada a um maior número de eventos adversos graves (incluindo TVP, por exemplo) do que o tratamento não cirúrgico, e a maioria dos pacientes que foram designados para receber tratamento não cirúrgico sozinho não foram submetidos à substituição total do joelho antes do 12 meses de seguimento. Essas informações devem ser discutidas com os pacientes antes da decisão da cirurgia, compartilhando riscos e benefícios para a tomada de decisão.

 

Referências

Skou ST et al. A Randomized, Controlled Trial of Total Knee Replacement. N Engl J Med 2015; 373:1597-1606

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